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Ao final de cada ano, a reflexão sobre como melhorar no ano seguinte é recebida de maneiras variadas: enquanto muitos abraçam essa oportunidade, outros a ignoram ou até mesmo a rejeitam. Essa prática de estabelecer resoluções de Ano Novo pode ser iniciada com boas intenções, entretanto, um estudo revela que cerca de 64% das pessoas que fazem essas promessas abandonam seus objetivos até o segundo mês do novo ano, levantando a questão: por que continuamos a adotar essa tradição?

A resposta a essa indagação remonta a 3.000 a 4.000 anos atrás, ao festival babilônico de Akitu, celebrado em abril. Esse festival, conforme explica a Dra. Candida Moss, professora de Teologia na Universidade de Birmingham, na Inglaterra, é uma marca histórica das tradições de Ano Novo. O calendário babilônico determinava o início do novo ano e, em condições variadas, o festival também podia ocorrer em março, sinalizando o começo da temporada de cultivo.

A festividade de Akitu não apenas celebrava o renascimento e a fertilidade no plano agrícola e cósmico, mas também era uma oportunidade para os babilônios desenvolverem suas primeiras resoluções, que incluíam promessas como quitar dívidas ou devolver ferramentas emprestadas, numa tentativa de acalmar deuses temperamentais. O mito da criação, que se deu através do deus Marduk derrotando a deusa Tiamat, é outro marco importante relacionado a esta celebração.

Conforme a Dra. Moss elucida, o festival de Akitu atraía a população que se reunia para prestar homenagem ao que consideravam maravilhas da criação e a vitória da ordem sobre o caos, reforçando que a resolução de melhorar a própria vida é uma constante na história da humanidade. Em muitas culturas, como na Irândia, a limpeza da casa no início do ano simboliza um recomeço, enquanto na Colômbia e Equador, o ritual de queimar o “Año Viejo” representa a purificação e a renovação.

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Esta busca por renovação e o desejo de ser melhor também tem raízes históricas em civilizações ocidentais. Na Roma antiga, embora o termo “resoluções” não fosse especificamente utilizado, os cidadãos tentavam entrar no novo ano com uma mentalidade positiva. O poeta romano Ovídio documentou essas iniciativas em seus escritos, tal como a troca de presentes, simbolizando prosperidade e a realização de boas ações, como trabalhar durante parte do dia para garantir sorte no novo ano.

No contexto da Revolução Americana, os puritanos do século XVII e XVIII também mostraram um desejo de evitar a devassidão e refletir sobre o ano que passou. A prática do “Covenant Renewal Service” introduzida por John Wesley em 1740 é um exemplo de como ações coletivas também estavam alinhadas com os propósitos de renovação espiritual, proporcionando uma reflexão íntima e significativa no início de cada ano.

A Antiga Busca por Melhorias Pessoais

O anseio por melhorias e a cerimônia de novas resoluções são fenômenos universais e atemporais. Em cada época, as necessidades e os métodos para atingir essas metas mudam, mas a essência permanece a mesma. O ideal de “começar como se deseja continuar” é uma filosofia recorrente na história, atestando que o desejo de renovação é uma necessidade humana compartilhada.

Por exemplo, documentos históricos datados do século XVII revelam que Jonathan Edwards, um teólogo proeminente, criou uma lista de 70 resoluções pessoais, enfatizando ações como tratar as pessoas com bondade e evitar fofocas. Esta prática, embora variada nos conteúdos, tem claramente se perpetuado até hoje, com muitos considerando a mudança pessoal uma forma de agraciar o novo ano.

As Crônicas das Resoluções que Falham

Avançando para o século XIX, a prática aspiracional das resoluções de Ano Novo começou a ser alvo de sátiras em periódicos e revistas da época, frequentemente fazendo referência à falha em manter os compromissos desejados. Um exemplo documentado é uma edição de 1802 da “Walker’s Hibernian Magazine”, onde a prática é ridicularizada, aludindo a pessoas que prometeram manter resoluções irreais.

Por outro lado, outros escritos abordaram com crítica a falta de sinceridade em relação às resoluções, sugerindo que muitos as tomavam como um ato de expiação dos erros do ano anterior, esperando que promessas vazias pudessem compensar comportamentos passados.

A tradição das resoluções de Ano Novo solidificou-se no século XX, ultrapassando os contextos religiosos e refletindo a secularização gradual da sociedade moderna. O desejo de começar de novo, embora semelhante em seus objetivos finais, passou a variar conforme a motivação e as intenções dos indivíduos, o que levanta a questão de como a sociedade pode se apropriar desse anseio pela renovação de maneira saudável.

Em última análise, o desejo de recomeçar é uma ânsia universal que permeia a psyche humana, e a tradição das resoluções de Ano Novo serve como um lembrete do potencial de transformação que reside dentro de cada um de nós, independente da época em que vivemos. Enquanto os séculos mudam, a intenção de buscar ser uma versão melhor de si mesmo permanece intacta, provando que a esperança é um dos mais antigos e poderosos sentimentos que existem.

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