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A situação demográfica em Gaza e Israel apresenta um quadro alarmante, com a população da Faixa de Gaza experimentando uma queda acentuada de 6%, o que representa cerca de 160.000 pessoas, de acordo com um novo relatório divulgado. Este declínio drástico é atribuído ao impacto devastador da guerra de Israel contra o Hamas, que tendo começado em 7 de outubro de 2023, resultou em uma série de consequências trágicas e preocupantes para os cidadãos da região.
Segundo o Escritório Central de Estatísticas da Palestina (PCBS), cerca de 100.000 palestinos deixaram Gaza desde o início do conflito, além de pelo menos 45.553 mortes registradas como resultado dos ataques israelenses, segundo o Ministério da Saúde da Palestina. Esse trágico número não apenas destaca as perdas humanas, mas também a desesperada realidade em que os restantes habitantes se veem obrigados a sobreviver em um ambiente de instabilidade e vulnerabilidade.
O relatório também alertou que 60.000 mulheres grávidas em Gaza se encontram em situação de risco devido à falta de atendimento médico adequado, com impressionantes 96% da população enfrentando níveis elevados de insegurança alimentar. Essa situação revela as consequências de uma guerra que não para e que afeta diretamente a capacidade de acesso a serviços básicos e à nutrição, criando um ciclo vicioso de sofrimento humano sem precedentes.
A população de Gaza agora é estimada em 2,1 milhões de pessoas, com mais de um milhão de crianças menores de 18 anos, representando 47% da população. É importante notar que a vitalidade demográfica da Gaza, uma região historicamente importante e culturalmente rica, está sendo severamente comprometida, e isso sem dúvida terá repercussões de longo prazo não só na região, mas em todo o Oriente Médio.
Em contraste, um relatório separado elaborado pelo Escritório Central de Estatísticas de Israel (CBS) destacou que, apesar do crescimento contínuo da população israelense, esse crescimento tem se tornado mais lento. A pesquisa sugere que a desaceleração é atribuída à emigração de israelenses do país. Esse fenômeno de emigração, muitas vezes impulsionado por insatisfações políticas e sociais, reflete uma crescente insegurança e uma busca por alternativas fora do país.
Contudo, o relatório da CBS alertou que o impacto integral da guerra de múltiplas frentes travadas por Israel ainda não foi completamente avaliado, deixando o futuro da demografia israelense em um estado de incerteza. Na avaliação do censo divulgado, a população de Israel cresceu 1,1% em 2024, uma queda em relação ao crescimento de 1,6% em 2023. Esse ligeiro aumento, embora ainda positivo, indica claramente uma tendência de desaceleração que pode pressionar as políticas sociais e econômicas do país ainda mais.
O relatório indicou que a diminuição no crescimento demográfico é, em grande parte, devido ao alto número de israelenses que emigraram em 2024. Nos últimos anos, aproximadamente 82.700 residentes deixaram Israel, em contraste com 55.000 no ano anterior. Essa emigração em massa tem gerado sérias preocupações sobre o futuro demográfico do país e sua segurança econômica e social.
Até 31 de dezembro de 2024, a população de Israel foi estimada em 10,027 milhões, ultrapassando a marca de 10 milhões pela primeira vez. É importante destacar que este número também inclui estrangeiros que residem no país, o que levanta questões sobre a verdadeira composição demográfica da população israelense. Além disso, Israel tem enfrentado uma turbulência política significativa, com protestos em massa em 2023 contra os planos controversos do governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de reformar o sistema judiciário do país.
O conflito intensificou-se em outubro de 2023 quando o Hamas lançou ataques brutais que resultaram na morte de mais de 1.200 pessoas e no sequestro de mais de 250. Em resposta, Israel desencadeou uma série de ataques aéreos que, até agora, resultaram em mais de 45.000 mortos e 108.000 feridos em Gaza, de acordo com o ministério da saúde da região. Essas estatísticas sombrias não apenas evidenciam a brutalidade do conflito, mas também a necessidade urgente de um diálogo que leve a uma resolução pacífica e sustentável entre as partes em conflito.
Além do conflito em Gaza, Israel também se vê em uma luta contra o grupo militante Hezbollah, apoiado pelo Irã, no Líbano, que começou a atacar Israel em 8 de outubro de 2023. O país está enfrentando complexidades adicionais, com conflitos envolvendo o Irã, os Houthis no Iémen e militantes na Síria e no Iraque que se comprometem a atacar Israel em solidariedade aos palestinos em Gaza. O quadro geral é um emaranhado de tensões, onde as populações de ambos os lados enfrentam desafios impensáveis em um ciclo contínuo de violência e insegurança.
Assim, a análise demográfica de Gaza e Israel não revela apenas números em uma página, mas uma narrativa de tragédia humana e complexidade cultural. Esses dados nos instigam a refletir sobre a importância do diálogo e da empatia, esboçando a necessidade urgente de uma abordagem mais centrada no ser humano para abordar as questões que afligem essa região tão atribulada. Afinal, é a vida das pessoas que está em jogo.