Em uma reviravolta impressionante e profundamente trágica, o caso do assassinato de Livye Lewis, uma jovem de apenas 19 anos, ganhou novos contornos nas redes sociais e na mídia. No dia 16 de dezembro de 2021, Darci Bass, mãe de Livye, se deparou com o homem suspeito de ter tirado a vida de sua filha em uma loja de conveniências local. “Quando ele entrou pela porta… eu apenas comecei a jogar o que pude e fui para cima dele”, relatou Bass durante uma entrevista com o correspondente Peter Van Sant do programa “48 Hours”, que exibirá a história em 4 de janeiro às 22h, no horário de Brasília, no CBS e streaming na Paramount+.

A tragédia se desenrolou na madrugada de Halloween de 2020, quando a polícia encontrou Livye morta ao lado de sua carro, com um tiro de rifle que a atingiu no pescoço. As circunstâncias em torno de sua morte, somadas ao fato de que Darci não foi informada pela polícia, mas sim por um amigo sobre a situação, elevaram a dor e a desespero da mãe. “Eu só precisava saber se ela estava viva ou morta”, afirmou Darci. Suas gritos angustiantes por respostas foram registrados no vídeo da câmera corporal da polícia. “Eu quero ver minha filha”, gritava Darci. “Livye Lewis! Onde ela está?”

Darci Bass e Livye Lewis
Darci Bass com sua filha, Livye Lewis

O investigador do xerife do condado de Sabine, J.P. MacDonough, observou que, ao ver o corpo de Livye, ficou claro para ele que seu assassino era alguém próximo. “Ela estava sentada com as pernas cruzadas”, comentou. “Bem, isso indica que ela não estava com medo… Ela estava, até certo ponto, confortável com quem estava conversando”. A cena do crime revelou também a presença de Matthew Edgar, o namorado de Livye, que foi encontrado em posição fetal atrás do veículo onde Livye foi encontrada, ao lado de um rifle.

Edgar foi levado ao hospital após o crime e, em um vídeo da câmera do corpo da polícia, é possível vê-lo sendo entrevistado em uma cama do hospital. “Quando foi a última vez que você viu Livye?” indaga MacDonough. “Esta noite”, respondeu Edgar, alegando não se lembrar de como acabou na cena do crime. “Você não sabe como foi parar atrás do carro… com a menina morta nele?” questionou MacDonough. “Não, senhor, não faço ideia”, disse Edgar.

No entanto, a defesa de Edgar, representada pelo advogado Rob Hughes, argumentou que o caso não era tão simples quanto parecia. “Recebemos todos os resultados de DNA… e havia algumas lacunas no caso”, explicou. “Não foram coletadas impressões digitais ou DNA da arma”. O amigo próximo de Edgar, Shaun Dunn, defendeu sua inocência, afirmando que ele também poderia ser uma vítima na situação, acreditando que alguém próximo a ele poderia ter puxado o gatilho.

Enquanto Dunn via Edgar como uma vítima, MacDonough o considerava um suspeito e, consequentemente, ele foi preso ainda hospitalizado. Meses depois, enquanto Darci rezava por justiça, Edgar conseguiu liberdade. As cortes permaneceram fechadas devido à pandemia de COVID-19, o que forçou as autoridades a libertar Edgar sob fiança, mesmo sem uma acusação formal.

Foi após essa liberação que Edgar entrou na loja de conveniências onde Darci estava. A visão de seu filho assassino trouxe a dor de volta à superfície. “E eu só me lembro de dizer: ‘Você matou minha filha… você matou minha filha’.” MacDonough afirmou que Darci o perseguiu até o estacionamento, onde pegou uma corrente da caçamba do caminhão de Edgar e começou a chacoalhar no para-brisa dele. Darci declarou que só queria entender: “Ela amava você e foi boa com você e seus filhos e sua família. O que fez você pensar que essa era a solução para qualquer coisa que estava acontecendo?”

Edgar então chamou a polícia e registrou uma queixa contra Darci, que foi acusada de agressão, retaliação e vandalismo. Um mandado de prisão foi emitido e Darci se entregou, embora as acusações tenham sido posteriormente retiradas.

No dia 16 de março de 2021, quatro meses e meio após sua prisão, um grande júri ouviu as evidências contra Edgar e o indiciou pelo assassinato de Lewis. Contudo, durante o julgamento, Edgar quebrou a lei novamente ao deixar sua tornozeleira eletrônica descarregar e fugiu. O julgamento prosseguiu na ausência dele, resultando em sua condenação. Contudo, levam-se 11 meses até que as autoridades fossem capazes de capturá-lo novamente, para que ele fosse sentenciado a 99 anos de prisão, com a possibilidade de liberdade condicional após 30 anos.

Este infeliz caso expõe não apenas a dor e a luta de uma mãe, mas também levanta questões sérias sobre o sistema de justiça, a segurança pública e a necessidade imperiosa de um suporte mais robusto para as famílias afetadas pela violência. As cicatrizes deixadas por essa tragédia não podem ser quantificadas, e a jornada de Darci é um lembrete de que, às vezes, a busca por justiça pode levar a consequências inesperadas e dolorosas para aqueles que mais amamos.

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