A morte de Tomiko Itooka, uma venerável mulher japonesa que detinha o título do Guinness World Records como a pessoa mais velha do mundo, deixou uma marca indelével na história do Japão e à memória de muitas pessoas ao redor do globo. Em uma jornada que se estendeu por 116 anos, Itooka não apenas sobreviveu às dificuldades da vida, mas também se tornou um símbolo de coragem e esperança. Ela faleceu em 29 de dezembro, em um lar de idosos em Ashiya, na Prefeitura de Hyogo, onde residiu nos últimos cinco anos.
A confirmação de sua morte foi divulgada pelo Guinness World Records no dia 4 de janeiro, gerando uma onda de recordações e homenagens que celebraram não apenas sua longa vida, mas também seu espírito vibrante. Nascida em 23 de maio de 1908, Itooka viu o mundo passar por transformações significativas ao longo do século XX e início do XXI, incluindo duas guerras mundiais, inovações tecnológicas e mudanças culturais. Ela assumiu o título de pessoa mais velha do mundo em agosto de 2023, após o falecimento de Maria Branyas Morera, que tinha 117 anos. O momento também reacendeu a admiração por longevidade e, além de suas características pessoais, destacou a resiliência das pessoas idosas em todo o mundo.
Os prazeres simples da vida sempre foram uma parte importante da rotina de Itooka. Reconhecida por sua fervorosa paixão por bananas e um refrescante drink japonês sabor yogurte chamado Calpis, ela também era uma mulher ativa que desafiava as limitações da idade. Em maio de 2024, ela foi agraciada com uma visita especial do prefeito de Ashiya, Ryosuke Takashima, para comemorar seu 116º aniversário. Durante a celebração, o prefeito expressou sua gratidão, ressaltando que “a Sra. Itooka nos deu coragem e esperança durante toda a sua vida longa”. Esta declaração não só ecoa o sentimento de condolências, mas também serve como uma reflexão sobre o impacto que indivíduos como Itooka têm em suas comunidades.
Com uma vida repleta de atividades, Itooka era mais do que apenas um símbolo de longevidade; ela era uma mulher de muitas capacidades. Nascida em Osaka, destacou-se como jogadora de vôlei em sua escola de meninas e alcançou proezas notáveis como escaladora. Ela chegou a escalar duas vezes o Monte Ontake, que tem 3.067 metros de altura, evidenciando não apenas sua força física, mas também sua determinação. Sua história de vida é uma ode à beleza e à riqueza das experiências vividas. Marcada pela tragédia durante a Segunda Guerra Mundial, quando assumiu a gestão do escritório da fábrica têxtil de seu marido enquanto cuidava dos filhos, sua capacidade de equilibrar responsabilidades é um testemunho da força feminina.
De acordo com sua família, o estilo de vida ativo foi um dos segredos para a longevidade de Itooka. Ela manteve-se fisicamente independente até os 100 anos, conseguindo escalar as escadas de pedra do Santuário de Ashiya sem a ajuda de uma bengala. Essa vitalidade característica não só promoveu a saúde, mas também influenciou a forma como outras pessoas, independente de idade, enxergam o envelhecer.
Infelizmente, em sua partida, Tomiko Itooka deixa para trás uma herança que vai além das memórias pessoais. Com um filho e uma filha, além de cinco netos, sua vida se torna uma fonte de inspiração para as futuras gerações. O serviço fúnebre que ocorreu em sua homenagem contou com a presença de amigos e familiares, que se reuniram em um ato de gratidão pela vida e legado de uma mulher que, ao longo de sua jornada, tocou tantas vidas.
O reconhecimento de Tomiko Itooka vai além dos recordes mundiais; ele representa uma reflexão sobre como celebramos nossos idosos em uma sociedade em rápida mudança. Enquanto o título de pessoa mais velha do mundo agora passa a outro indivíduo, a mensagem de coragem que Itooka deixou é uma lembrança valiosa de que, mesmo diante da adversidade, a vida pode ser não apenas prolongada, mas também profundamente vivida. Nós a recordaremos não apenas como uma mulher que alcançou a idade avançada, mas como uma verdadeira guerreira que inspirou uma legião de pessoas a viver com amor, coragem e esperança.
