O renomado investidor canadense Kevin O’Leary, famoso por sua participação no programa de televisão Shark Tank, manifestou no dia 6 de janeiro seu desejo de adquirir a plataforma de mídia social TikTok. Sua proposta de compra surge em um momento crítico em que TikTok enfrenta a possibilidade de ser banido nos Estados Unidos a partir de 19 de janeiro. Durante uma entrevista na emissora Fox News, O’Leary enfatizou que está buscando a ajuda do presidente eleito Donald Trump para facilitar a conclusão deste acordo, que terá repercussões significativas tanto para a economia quanto para a privacidade dos usuários norte-americanos.
Em suas declarações, O’Leary não fez apenas um anúncio sobre sua intenção de compra, mas também mencionou a parceira Frank McCourt, ex-proprietário do time de beisebol Los Angeles Dodgers, que se juntará a ele em um esforço denominado Project Liberty. O objetivo declarado por O’Leary é não apenas adquirir os ativos do TikTok nos EUA, mas também estabelecer uma plataforma que priorize a privacidade e a segurança dos dados, especialmente considerando que a atual proprietária da plataforma, a empresa chinesa Bytedance, enfrentou críticas crescentes sobre o uso do TikTok como uma possível ferramenta de vigilância.
Além de sua aparição na Fox News, O’Leary utilizou a rede social X (anteriormente conhecida como Twitter) para expressar seu entusiasmo em trabalhar junto a Frank McCourt. Em um tuíte, O’Leary escreveu que a transação se destaca pela sua importância além dos aspectos financeiros, pois busca “proteger a privacidade de 170 milhões de usuários americanos”. Além disso, ele acrescentou que se trata de “empoderar criadores e pequenas empresas”, ressaltando a necessidade de desenvolver uma plataforma que coloque as pessoas acima dos algoritmos.
A situação do TikTok nos Estados Unidos foi complexificada por um decreto federal assinado pelo presidente Joe Biden, que estabelece medidas para remover o aplicativo das lojas de aplicativos Apple e Google. A preocupação subjacente a essa decisão refere-se ao potencial uso do TikTok por parte da China para vigilância dos cidadãos americanos. A proposta de O’Leary visa não apenas garantir a continuidade da plataforma nos EUA, mas também garantir que a propriedade e a operação sejam mantidas dentro do território americano.
O’Leary também destacou as potencialidades do TikTok: “A plataforma tem um potencial imenso, não apenas como uma ferramenta para criadores, mas também como um motor de impacto econômico e social significativo.” De acordo com suas palavras, a combinação de esforços com McCourt pode resultar na criação de uma plataforma “americana, segura, inovadora e que coloque o usuário no controle de seus dados e de seus relacionamentos digitais”.
Na resposta de McCourt, ele adiantou que O’Leary é um parceiro ideal para esta iniciativa, enfatizando que os dois compartilham a mesma visão de construir uma plataforma centrada nas pessoas e alinhada com os interesses nacionais dos Estados Unidos. “Kevin e eu, junto com os milhares de apoiadores que se manifestaram em apoio à The People’s Bid, acreditamos firmemente que podemos construir um TikTok melhor – que protege nossa segurança nacional e se torna uma plataforma segura e confiável para milhões de usuários”, afirmou McCourt.
Assim, o projeto de O’Leary e McCourt não é apenas uma tentativa de adquirir um ativo valioso em um mercado em rápida evolução, mas um esforço estratégico que visa abordar preocupações mais amplas sobre privacidade e segurança digital em um mundo cada vez mais interconectado. A estrada para a aquisição do TikTok poderá ser difícil, mas, com o apoio necessário e uma visão arrojada, os investidores acreditam que podem criar um futuro mais seguro para os milhões de usuários que dependem da plataforma para se conectar, criar e inovar.
À medida que a data limite se aproxima, o mundo observa atentamente os desenvolvimentos dessa potencial aquisição que pode não apenas mudar o futuro do TikTok, mas também influenciar todo o cenário de mídias sociais nos Estados Unidos.
