No auge de uma operação marítima considerada sem precedentes, a marinha do México anunciou na última sexta-feira a apreensão de mais de 8,3 toneladas de drogas no Oceano Pacífico, quebrando recordes anteriores de confiscos em alta mar. Essa ação colossal se deu a partir da interceptação de seis embarcações distintas, incluindo uma semissubmersível, popularmente chamada de “narco sub”, a qual continha aproximadamente 2.200 quilos de entorpecentes. O Ministério da Marinha informou em um comunicado que a quantidade exata de drogas apreendidas foi de 8.361 quilos, um marco na história das operações navais contra o narcotráfico.

A operação ocorreu a sudoeste do porto de Lázaro Cárdenas, na costa oeste do México, e culminou na prisão de 23 indivíduos, todos suspeitos de serem envolvidos em atividades de tráfico de drogas. Visto que os tipos de entorpecentes não foram especificamente detalhados, a avaliação de seu valor poderia indicar que a quantidade confiscada é suficiente para chamar a atenção de qualquer investigador. Estima-se que o montante total das drogas apreendidas seja avaliado em 2,099 bilhões de pesos, um equivalente aproximado de 105 milhões de dólares.

Um dos aspectos mais fascinantes deste episódio foi a complexidade das operações realizadas pelos militares navais. De acordo com o relatório, a estratégia e o alto nível de treinamento das tropas permitiram a inserção aérea de um helicóptero em uma das embarcações em movimento, destacando o desafio representado por essa manobra de alto risco, que requer um domínio absoluto das técnicas de assalto em condições extremas. As semissubmersíveis, embora não consigam submergir totalmente, são frequentemente utilizadas por traficantes internacionais, pois conseguem às vezes evitar a detecção por autoridades.

A marinha do México divulgou uma série de imagens que capturaram momentos dessa operação, exibindo a “narco sub” e uma quantidade impressionante de pacotes de supostas drogas, alguns deles ostentando logotipos conhecidos, como o da Pepsi, além de outros identificados por marcas como “JK8”. A importância de manter um forte aparato antidrogas é crucial, considerando que o histórico de apreensões já incluiu situações análogas, como em novembro de 2007, quando 23 toneladas de cocaína colombiana foram confiscadas, um recorde que perdurou por anos.

É notório que o México, por décadas, se consolidou como um ponto central no tráfego de drogas destinado aos Estados Unidos, o que gera uma constante disputa pelo controle desse mercado, principalmente no estado de Michoacán. A região, onde essa apreensão recente ocorreu, é palco frequente de confrontos entre gangues criminosas, incluindo o poderoso e temido cartel de Jalisco Nova Geração, uma das facções mais influentes e violentas do país.

A recente operação, conforme relatado, ocorreu “dias atrás”, mobilizando unidades marítimas apoiadas por um helicóptero. Outro resultado da abordagem foi a apreensão de cerca de 8.700 litros de combustível, que também representa um dos setores ilícitos controlados pelos cartéis de drogas. Essa captura de insumos destinados a atividades criminosas ressalta a magnitude da operação e seu impacto sobre as atividades de narcotráfico na região.

O avanço das forças armadas do México em sua luta contra o narcotráfico se torna especialmente pertinente à luz das novas políticas que a presidente, Claudia Sheinbaum, implementação desde o início de seu mandato em 1º de outubro. Com a proposta de continuar a estratégia de “abraços, não balas”, que busca um enfoque em políticas sociais para atacar a criminalidade em suas raízes, os desafios permanecem significativos. Desde 2006, mais de 450 mil pessoas perderam a vida e dezenas de milhares desapareceram em um ciclo de violência alimentado pela guerra contra o tráfico.

Assim, o panorama que se descortina diante das autoridades mexicanas é não apenas de apreensões recordes, mas de um sistema complexo que demanda atenção constante e uma abordagem holística para tratar as raízes do problema. Enquanto algumas semanas relatam apreensões de até sete toneladas de drogas em operações na mesma área, uma coisa é evidente: a luta contra o narcotráfico no México é uma batalha contínua que requer não apenas esforço militar, mas também soluções sociais e um compromisso governamental firme.

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