Londres
CNN
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A inteligência artificial (IA) está se tornando uma força que pode mudar a dinâmica do mercado de trabalho, e os números são alarmantes: um estudo recente do Fórum Econômico Mundial revelou que 41% dos empregadores pretendem reduzir sua força de trabalho até 2030 em função da automação de diversas atividades. Revelações como essas nos fazem parar para refletir sobre o futuro da profissão e da estrutura do emprego como conhecemos atualmente.
A pesquisa, que abrangeu uma amostra considerável de grandes empresas ao redor do mundo, também revelou que 77% das organizações pretendem investir na requalificação e aprimoramento de seus funcionários entre 2025 e 2030, a fim de prepará-los para trabalhar em sinergia com a IA. Contudo, ao comparar com a edição anterior do relatório divulgado em 2023, que enfatizava a expectativa de que a maioria das tecnologias, incluindo a IA, teria um efeito positivo líquido no número de empregos, a versão mais recente apresenta uma perspectiva mais cautelosa.
Em uma nota divulgada pelo Fórum Econômico Mundial, a diretora-gerente, Saadia Zahidi, destacou que os avanços em IA e energias renováveis estão revolucionando o mercado de trabalho, aumentando a demanda por muitas funções tecnológicas ou especializadas, enquanto gera uma diminuição em empregos de outras áreas, como design gráfico. Esta situação ilustra claramente o impacto disruptivo que a automação pode causar na estrutura do emprego global.
O relatório indica que profissões como atendentes de serviços postais, secretários executivos e clerks de folhas de pagamento são algumas das que enfrentam as maiores reduções em seus números devido à proliferação da IA e outras tendências emergentes. O crescimento da geração de IA parece ser um fator decisivo nesta equação, impactando significativamente o panorama de várias funções que antes eram consideradas seguras.
Além disso, o documento também fez revelações intrigantes quanto ao desempenho de determinadas funções. Ao mencionar que “a presença de designers gráficos e secretários jurídicos está quase fora do top 10 de ocupações que mais estão em declínio”, a previsão sugere que a capacidade crescente da IA de realizar tarefas cognitivas pode tornar determinadas funções obsoletas.
Por outro lado, o futuro não é totalmente sombrio. A pesquisa revelou que quase 70% das empresas têm planos de contratar novos funcionários com habilidades voltadas para o design de ferramentas de IA, e 62% delas pretendem recrutar mais pessoas com competências que permitan uma colaboração eficaz com a tecnologia, o que demonstra uma clara transição do mercado. Existe uma esperança de que a IA possa servir como um auxílio, ampliando as habilidades humanas em vez de simplesmente substituí-las.
Essa perspectiva otimista se baseia na possibilidade de que tecnologias como a IA generativa possam agir como complementos às habilidades humanas, em um cenário de colaboração humano-máquina, ao invés de simplesmente promover um deslocamento em massa de trabalhadores. A importância contínua de habilidades centradas no ser humano pode ser um fator crucial na resistência ao impacto das tecnologias disruptivas no emprego.
Entretanto, os sinais já são claros: muitos trabalhadores perderam suas funções devido à IA. Nos últimos anos, algumas empresas de tecnologia, incluindo a Dropbox e o aplicativo de aprendizado de idiomas Duolingo, citaram a IA como motivo para demissões, reafirmando que a automação não é apenas uma possibilidade futura, mas uma realidade presente que continua a moldar o mercado de trabalho.
Com a iminente transformação digital do setor, cabe aos profissionais se adaptarem a novas realidades, investindo em melhorias e requalificações que os tornem mais resilientes. O mercado de trabalho pode nunca mais ser o mesmo, mas a capacidade de adaptação e aprendizado contínuo garante que novos caminhos ainda possam ser trilhados, propiciando possibilidades de inovação e crescimento.
Portanto, a reflexão que fica para os trabalhadores é: como você se prepara para um futuro onde a tecnologia também está se aperfeiçoando? Afinal, no mundo dinâmico em que vivemos, a resposta pode ser a diferença entre se manter relevante ou tornar-se obsoleto.