A cidade de Los Angeles está enfrentando uma crise alarmante em decorrência dos incêndios florestais devastadores que ravagam a região de Pacific Palisades. Autoridades locais têm reclamado da escassez de água em hidrantes, que não conseguiu atender a demanda exigida durante a luta contra as chamas. A situação gerou preocupação significativa entre os cidadãos e a comunidade, após relatos de que os esforços dos bombeiros estavam sendo severamente prejudicados devido à falta de água nos hidrantes disponíveis. Este episódio, que data do dia 8 de janeiro de 2025, é um claro reflexo das falhas no sistema de abastecimento de água em momentos de emergência.
Janisse Quiñones, diretora executiva e engenheira-chefe do Departamento de Água e Energia de Los Angeles, fez declarações durante uma coletiva de imprensa a respeito da situação crítica, destacando que o sistema enfrentou uma demanda imensa: “Tivemos uma demanda tremenda em nosso sistema nas Palisades. Estamos pressionando o sistema ao extremo”. E a pressão foi, de fato, alarmante. Durante o período em que os bombeiros lutaram contra o incêndio que já havia levado a vida de pelo menos duas pessoas e devastado mais de 11.000 acres da área, a água simplesmente parou de fluir em vários hidrantes, impossibilitando que as equipes conseguissem debelar as chamas.
De acordo com a análise feita pelas autoridades, a demanda por água durante o incêndio atingiu quatro vezes o normal, e essa pressão extrema no sistema de abastecimento resultou em uma significativa queda na pressão da água. Durante a coletiva de imprensa, Quiñones enfatizou a necessidade urgente de conservação de água: “Se há uma mensagem que você deve levar de mim hoje é que preciso que nossos clientes realmente conservem água — não apenas na área das Palisades, mas em todo o sistema, porque o departamento de incêndio precisa dessa água para combater os incêndios.”
Relatos do Los Angeles Times indicam que os bombeiros estavam cientes da falta de água pela rádio interna. Um membro da equipe de combate a incêndios chegou a informar: “Os hidrantes estão fora”. Outro bombeiro confirmou: “O suprimento de água acabou”, e a situação se agravou quando todos os hidrantes “secaram” por volta das 3h da manhã.
Rick Caruso, proprietário do shopping Palisades Village e ex-comissário do Departamento de Água e Energia de Los Angeles, criticou a ausência de água durante os incêndios fatais: “Não há água nos hidrantes. Os bombeiros estão lá [na vizinhança], e não há nada que possam fazer — temos bairros ardendo, casas pegando fogo e negócios em chamas”. Caruso ressaltou que uma situação dessa magnitude “nunca deveria acontecer”.
Os eventos se tornam mais trágicos quando levamos em consideração que segundo a Associated Press, o incêndio Palisades agora foi classificado como o mais destrutivo da história do Condado de Los Angeles. Assim, a incêndio se encontrava em 0% de contenção, com um crescimento acentuado alimentado por ventos fortes que contribuem para a expansão veloz das chamas.
A National Weather Service (NWS) de Los Angeles emitiu um alerta de vento forte a partir da manhã de quarta-feira, com previsões indicando que os ventos poderiam alcançar de 30 a 40 mph com rajadas de até 60 mph. A situação ainda não estabilizou, e como bem ressaltou Daniel Swain, um cientista climático da UCLA: “Este evento não apenas não acabou, mas está apenas começando e ficará significativamente pior antes de melhorar”.
O que resta, em meio ao medo e à devastação, é a esperança de que as lições a serem aprendidas a partir dessa crise ajudem a prevenir futuras tragédias. A prevenção e investimentos em infraestrutura são essenciais não apenas para a segurança da comunidade, mas também para a proteção da vida e da propriedade. O que está em jogo vai muito além da água nos hidrantes; são vidas sendo afetadas e esperança desaparecendo a cada momento.
Para aqueles que desejam ajudar os afetados pelos incêndios de Los Angeles, existem diversas organizações que estão recebendo doações e voluntários. A solidariedade é crucial em tempos de crise, e cada ação conta.
