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A administração Biden anunciou recentemente o seu último pacote de ajuda militar destinado à Ucrânia, somando cerca de 500 milhões de dólares. Este anúncio ocorre em um momento crítico, à medida que se vislumbra um possível término do conflito que já perdura há quase três anos e que envolve a invasão russa ao território ucraniano.

O Secretário de Defesa, Lloyd Austin, deveria apresentar os detalhes do pacote durante a reunião final do Grupo de Contato de Defesa da Ucrânia, liderado pelos Estados Unidos, na Base Aérea de Ramstein, na Alemanha. Este encontro é emblemático do apoio contínuo dos EUA à Ucrânia durante os desafios impostos pela guerra.

Este último pacote de ajuda militar ocorre em um cenário onde a Casa Branca se prepara para anunciar outra onda de sanções contra a Rússia, com expectativa de que isso aconteça ainda esta semana. De acordo com autoridades americanas, o objetivo é proporcionar à Ucrânia a maior vantagem possível antes das potenciais negociações para a paz, que podem ocorrer ainda em 2025. O clima de incerteza permanece, mas a administração Biden busca firmar um legado de apoio e estabilidade.

O auxílio de segurança anunciado na quinta-feira, sob a Autoridade de Encaminhamento Presidencial (Presidential Drawdown Authority – PDA), conta com um valor estimado de 500 milhões de dólares e inclui mísseis para defesa aérea, munições ar-solo e equipamentos para o uso de caças F-16 pela Ucrânia. Isso reflete uma resposta direta às necessidades estratégicas do país, buscando fortalecer suas capacidades defensivas em um contexto de hostilidade contínua.

Os estoques de armas e munições na Ucrânia, segundo informações oficiais dos EUA, estão estáveis por enquanto, mas a dinâmica dos conflitos revelam sérias preocupações com questões de pessoal ucraniano. Todos os recursos financeiros que foram aprovados pelo Congresso para a Ucrânia devem ser fornecidos. Contudo, isso não implica que toda a Autoridade de Encaminhamento Presidencial para a Ucrânia será utilizada até a saída do presidente Joe Biden do cargo, o que gera questionamentos sobre a continuidade do apoio à Ucrânia a partir do ano que vem.

Biden estava programado para se reunir com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky em Roma na sexta-feira, um encontro que poderia ser sua última interação formal. No entanto, a Casa Branca decidiu cancelar a viagem devido aos incêndios florestais devastadores que ocorrem na Califórnia, evidenciando os desafios internos que permeiam a administração.

Esta reunião representaria um marco, com pouco mais de um mês até o terceiro aniversário da invasão russa à Ucrânia, e a administração está ansiosa para destacar o suporte contínuo dos Estados Unidos à Ucrânia enquanto Biden encerra seu mandato. Funcionários da administração acreditam que tanto os EUA quanto a administração ucraniana anticiparam a possibilidade de negociações com Moscovo no primeiro semestre de 2025, independentemente do resultado das eleições nos EUA, e seu objetivo é capacitar a Ucrânia para que esteja em uma posição forte antes de quaisquer conversas.

Em uma coletiva de imprensa, o enviado de Trump para a Ucrânia e Rússia, Keith Kellogg, expressou sua esperança de que uma “solução viável” entre os lados possa ser alcançada dentro de 100 dias após a posse de Trump, indicando a relevância política do momento.

As autoridades americanas afirmam que as sanções impostas aos investimentos russos contribuíram significativamente para o enfraquecimento da economia da Rússia, evidenciado pelo aumento atual da inflação e das taxas de juros, além da capacidade diminuída do país de competir economicamente no longo prazo. As últimas sanções, cujos alvos ainda são incertos, são discutidas, mas não coordenadas com os novos oficiais que entrarão na administração, embora a próxima administração seja responsável por sua aplicação.

Desde o início da guerra, em fevereiro de 2022, a administração Biden alocou mais de 65 bilhões de dólares em ajuda à Ucrânia, sublinhando um comprometimento contínuo em suporte a um aliado importante na cena internacional. Este legado deixará uma marca indelével na política externa dos EUA e definirá as direções futuras nas relações internacionais, especialmente em face de uma Rússia cada vez mais instável e provocadora.

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