No contexto de um mercado publicitário em constante transformação, a competição entre provedores de TV e serviços de streaming atinge uma nova dimensão. De acordo com James Rooke, presidente da Comcast Advertising, no recente CES 2025 em Las Vegas, o verdadeiro adversário não são apenas as plataformas de streaming, mas o domínio do vídeo social como o YouTube. Durante a apresentação do novo serviço de “anúncios universais”, um esforço para simplificar a compra de anúncios televisivos, Rooke destacou uma tendência que reflete a evolução dos hábitos de consumo de mídia. A introdução deste serviço visa não apenas otimizar as compras publicitárias, mas também a expansão do alcance das campanhas publicitárias em um mercado onde o YouTube se estabeleceu como uma gigante.

A Comcast, acompanhada por grandes parceiros, como A+E, AMC Networks, DIRECTV, e Warner Bros. Discovery, lançou na última segunda-feira a plataforma de “anúncios universais”. Este novo sistema permite que os anunciantes comprem espaços publicitários televisivos de diversos provedores em um único local. Inicialmente focados na oferta de inventário de streaming, a Comcast planeja integrar também soluções para anúncios em TV linear à medida que o serviço se desenvolve. Essa abordagem visa facilitar e agilizar a compra de anúncios, tornando-a tão simples quanto os anúncios nas redes sociais, onde a curva de aprendizado é consideravelmente menor.

Rooke enfatizou a necessidade dos anunciantes por acesso a soluções inovadoras e conteúdo de alto perfil, algo que, segundo ele, muitos não estão obtendo pelas plataformas de vídeo social. “Existem milhões de anunciantes que construíram seus negócios com base na publicidade social, como no YouTube, e que ainda não tiveram a oportunidade de acessar o poder dos conteúdos e soluções publicitárias que empresas como a nossa oferecem. Precisamos simplificar isso”, afirmou. Para os anunciantes, a busca por novas audiências qualificadas é uma prioridade, assim como a conexão de suas marcas a conteúdos que ofereçam segurança e confiabilidade, algo nem sempre garantido nas plataformas sociais, como demonstraram os boicotes publicitários anteriores ao YouTube.

O lançamento dos anúncios universais surge como uma oportunidade para os provedores de TV se posicionarem como alternativas viáveis aos anúncios sociais, sem desperdiçar os valiosos gastos publicitários que hoje se concentram em plataformas como o YouTube e Meta. Em suas declarações, Rooke destacou que, embora as empresas do setor estejam competindo de alguma forma entre si, o verdadeiro desafio reside na ascensão de novos provedores que estão igualmente disputando os dólares publicitários das marcas. O crescimento do vídeo social, segundo ele, tem impacto significativo no cenário da publicidade, com muitas marcas redirecionando seus investimentos desde o início dos anos 2020.

Os investimentos publicitários na plataforma do YouTube tornam-se cada vez mais significativos, refletindo a popularidade crescente deste serviço. Aproximadamente metade das visualizações do YouTube ocorre em dispositivos de TV, e isso gera uma transformação estratégica das empresas, conforme a Comcast reconhece. “Enquanto todos nós temos crescido em nossos negócios de CTV (TV Conectada), a verdadeira maioria do crescimento está vindo do vídeo social, e isso não irá desacelerar”, concluiu Rooke. Este é um indicativo claro de que as plataformas sociais como o YouTube continuarão a ser uma prioridade crescente para diversas empresas ao longo dos próximos anos.

À medida que o mercado publicitário evolui e se diversifica, tanto as plataformas de streaming quanto os provedores tradicionais de TV estão se adaptando a um novo paradigm, onde a busca por atenção dos espectadores se intensifica. O objetivo das empresas agora parece ser a combinação da eficácia do conteúdo premium com a acessibilidade da compra de anúncios, numa tentativa de capturar audências que cada vez mais procuram experiências de visualização diferenciadas e seguras. Assim, a disputa por dólares publicitários terá consequências importantes na configuração futura do espaço midiático.

Referências externas: Para mais informações sobre a ascensão do YouTube e sua influência no mercado publicitário, acesse o Statista.

Comcast Advertising

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