Nos dias de hoje, câmeras de vídeo porteiro se tornaram itens comuns nas residências, sendo indispensáveis para quem busca estabelecer uma proteção mais robusta contra invasores. À medida que a tecnologia avança, mais pessoas estão investindo em sistemas de segurança conectados, que se tornaram mais acessíveis e fáceis de utilizar. Entretanto, esses dispositivos convencionais possuem uma limitação significativa: eles não têm a capacidade de disparar paintballs em invasores ou animais indesejados. Essa lacuna na segurança, no entanto, está prestes a ser preenchida por uma ideia ousada e inovadora.
Apresentada como uma abordagem inédita para a segurança residencial, a Eve PaintCam, desenvolvida pela startup eslovena OZ-IT, evoca a ideia de “Segurança Simplificada”. Durante o evento CES 2025, realizado esta semana, a empresa exibiu sua proposta audaciosa que captura a atenção não apenas do público, mas também dos especialistas em tecnologia, ao oferecer um sistema de segurança que, basicamente, tem como objetivo disparar paintballs em invasores. Com uma gama de quatro modelos diferentes, todos seguem essa temática de proteção ativa. Desde suas campanhas bem-sucedidas no crowdfunding até sua estreia no CES, a proposta da OZ-IT atraiu olhares curiosos e interessados em inovação.
Os materiais de divulgação e os vídeos de crowdfunding enfatizam a capacidade do sistema de identificar e atingir alvos, que podem ser tanto humanos quanto animais. No cenário em que a proteção de residências se torna uma prioridade, a Eve, Eve+ e EvePro são projetadas principalmente para lidar com invasores humanos, enquanto o modelo camuflado Simba é focado em afugentar animais selvagens que possam ameaçar a propriedade. A capacidade diferenciada de cada modelo é complementada por uma combinação de inteligência artificial, oferecendo recursos de detecção de animais de estimação, reconhecimento facial e reconhecimento animal, dependendo da configuração escolhida.
A proposta não se limita a disparar projéteis inofensivos. Os sistemas vêm equipados com uma variedade de paintballs, incluindo uma opção com capsaicina, o composto químico que dá ardência às pimentas. A OZ-IT afirma que esse tipo de projétil é “legal na maioria dos países”, o que pode gerar discussões em torno dos limites éticos e legais de um sistema que utiliza medidas tão agressivas para proteção. Além disso, a empresa disponibiliza “projetéis especiais” para determinadas espécies de animais e paintballs que brilham com tinta UV, permitindo que a polícia rastreie um intruso marcado após uma tentativa de invasão.
É interessante considerar o impacto que esse tipo de tecnologia pode ter na forma como encaramos a segurança pessoal e residencial. A Eve PaintCam pode ser vista como um passo em direção a uma nova era em que a proteção de propriedades combina inovação tecnológica com soluções criativas. No entanto, surgem questões sobre o uso de força e a eficácia de pintadas em vez de abordagens tradicionais de segurança. Como a sociedade irá reagir a essa nova ferramenta de proteção que utiliza paintballs para conter invasores?
À medida que mais pessoas buscam garantir sua segurança de maneiras não convencionais, é vital que consideremos não apenas a eficácia das soluções, mas também os seus potenciais efeitos colaterais. Isso inclui a necessidade de regulamentação e diretrizes que assegurem o uso responsável de tais tecnologias. A utilização de métodos fortemente associados à segurança como esta, abre um debate profundo sobre o que significa estar seguro e qual é o papel da tecnologia em nossa vida cotidiana.
Em conclusão, enquanto a Eve PaintCam nos seduz com sua promessa de uma abordagem dinâmica à segurança residencial, ela também nos lembra de que, na busca pela proteção, é preciso equilibrar a inovação com a responsabilidade. A questão não é apenas se devemos ou não investir em tecnologia ousada, mas sim, como podemos utilizá-la de maneira que realmente proporcione a segurança que tanto desejamos, sem comprometer valores fundamentais de convivência e respeito mútuo.
