O mundo do cinema está em constante transformação, especialmente quando se trata de premiações como o Oscar. A 95ª edição da premiação traz não apenas os esperados favoritos, mas também uma série de filmes que podem surpreender. Enquanto dramas de guerra e épicos históricos ainda têm seu lugar na categoria de Melhor Filme Internacional, o espaço para narrativas inovadoras e emocionantes nunca foi tão amplo.

Um exemplo claro é a concorrente do Brasil, Vermiglio, que conta a história de um desertor siciliano na Segunda Guerra Mundial. Embora a história tenha um apelo que claro ao prêmio da Academia, a inclusão recente de membros de fora dos Estados Unidos gerou uma variedade de filmes em disputa, ampliando as possibilidades de vitória para produções que fujam do convencional.

Ao olharmos para os possíveis cavalos de Troia em disputa, encontramos obras que se sobressaem e desafiam as expectativas. O documentário de Rich Peppiatt, Kneecap, que foca em um trio de hip-hop irlandês, tem conquistado o público desde seu lançamento no Sundance Film Festival. A história, embora inspirada em eventos reais, apresenta uma reviravolta única, misturando comédia e drama de maneira inovadora. O filme, que inclui Michael Fassbender como um ex-integrante da IRA em busca de uma nova vida, é um claro candidato a desestabilizar os favoritos tradicionais.

Outro competidor digno de nota é o tailandês How to Make Millions Before Grandma Dies, que se destaca por sua abordagem leve e emocionante sobre a morte e o legado. Com mais de 50 milhões de dólares em arrecadação somente na Ásia, o filme apresenta um jovem que abandona sua vida para cuidar da avó, enquanto sonha com a herança que pode ser sua. Com toques cômicos e momentos verdadeiramente tocantes, essa produção chamou a atenção da Netflix, ganhando uma audiência global, e evidentemente lhe conferindo força nas premiações.

Sem dúvida, a seção de animação também pode ter surpresas. O filme Flow, oriundo da Letônia, poderia ser um marco raro na categoria, oferecendo uma narrativa animada que evoca o estilo dos estúdios Ghibli, algo que ressoou bem com os membros da Academia, especialmente após terem reconhecido o trabalho de Hayao Miyazaki na última cerimônia. A história conceitual segue a jornada de um grupo de animais inusitados que se unem para escapar de uma enchente catastrófica, enfatizando tema universais como amizade e superação.

E se a Academia decidir abraçar a excentricidade, Universal Language, do cineasta canadense Matthew Rankin, traz uma abordagem surreal num Canadá fictício onde o francês e o farsi são as línguas oficiais. Com uma narrativa que homenageia o cinema iraniano e os filmes de vanguarda de outros cineastas, esta obra foi bem recebida na Quinzena dos Diretores no Festival de Cannes. Sua singularidade pode atrair o olhar dos votantes para além dos formatos tradicionais.

Por fim, a competição deste ano para o Oscar de Melhor Filme Internacional está mais intrigante do que nunca, mostrando que novas vozes e histórias estão nesse caminho – e quem diria que iríamos ver um trio de hip-hop disputando um dos prêmios mais cobiçados do cinema? O que podemos aprender com isso? É hora de acompanhar de perto e descobrir qual dessas produções irá desafiar as convenções e deixar sua marca na história das premiações.

Esta história foi originalmente publicada em uma edição de janeiro da revista The Hollywood Reporter. Para assinatura, clique aqui.

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