Lewis Marvin, um gestor de propriedade de 46 anos, viu sua vida virar de cabeça para baixo ao enfrentar o devastador incêndio na região de Pacific Palisades. Este evento catastrófico o levou a tomar uma decisão drástica: pular em uma cisterna para se proteger e salvar seu fiel companheiro, o cachorro Milo. Enquanto lembranças do incêndio ainda o assombram, a perda de seu lar e de muitos animais de estimação se torna um peso adicional em sua mente já abalada.

Um alerta foi dado quando Lewis estava cuidando do paisagismo na propriedade de sua família em Tuna Canyon, onde começou a notar que o solo adquiria uma coloração amarelada, semelhante à da reflexão do céu. “Achei isso um tanto inusitado,” recorda ele. Em um primeiro momento, não se permitiu interromper o trabalho. Contudo, com o pavor crescente da situação, sua preocupação aumentou. Quando olhou para a Pacific Coast Highway, a 1.700 pés acima do nível do mar, percebeu que o fogo estava se aproximando rapidamente, invadindo Tuna Canyon.

Lewis Marvin durante o incêndio de Palisades.

A estratégia de segurança que Lewis havia aprendido, a de se refugiar em uma cisterna, foi colocada em prática. “Tive algumas experiências com incêndios florestais antes,” afirma. “Nosso procedimento de último recurso era nos acomodar em uma cisterna e descer.” Quando chegou ao local da cisterna, ele pulou no reservatório de água, sentindo a fumaça invadir seus pulmões. Refletindo sobre a cena apocalíptica que o cercava, Lewis descreveu: “É como se uma bomba tivesse atingido aquele lugar.”

Superando a fumaça sufocante e os momentos de pânico, Lewis decidiu que precisava agir, saiu da cisterna e correu para resgatar Milo, seu cachorro. “Coloquei o Milo na caminhonete e saí do local. A estrada estava cada vez mais traiçoeira e eu sabia que tinha que ser rápido,” lembra ele, ainda em estado de choque. “Conduzi através do fogo e continuei em frente, mesmo enquanto boulders deslizavam e bloqueavam a rota.”

O impacto do incêndio sobre sua propriedade foi devorador: sua casa, uma construção dos anos 70, agora é apenas cinzas, assim como um pavilhão externo e várias instalações de arte que haviam em seu terreno. “Não sei para onde ir a partir daqui,” disse Marvin, que se encontra alojado no West Recreation Center em Los Angeles com outros evacuados. “Nem sei se conseguiremos reconstruir algo.” A dor pela perda é ampliada pela morte de algumas de suas criaturas, incluindo um de seus adorados bodes, que foi consumido pelas chamas. Como um amante de animais, essa é uma parte particularmente difícil para ele.

Além do peso de sua perda, Lewis lida com outra preocupação: sua mãe, que está internada em estado crítico após ter sofrido uma queda. “Ela está ciente do que aconteceu,” contou ele, ressaltando a importância de manter contato e apoio familiar nesta situação angustiante. “Minha irmã veio da Costa Leste para ficar ao meu lado.”

Enquanto sua casa em Topanga Canyon permanece intacta até o momento, os pensamentos de Lewis giram em torno dos amigos que ainda moram na região. A mãe de seu filho também vive na zona de risco e possui vários cavalos. “É uma situação triste, porque esses animais estão expostos ao fogo que não está a mais de cinco milhas de suas casas,” desabafa. “Agora, é um jogo de espera. Sinto que posso voltar amanhã para verificar a situação.”

A experiência com o incêndio mudou sua perspectiva. Apesar da dor e da perda, Lewis busca enxergar a esperança em meio à devastação. “Eu gostaria de ressaltar que o incêndio é muito purificador,” reflete. “A destruição pode acabar por ser um ato de limpeza, deixando a terra mais bonita.” Essa visão traz um leve alívio à sua dor, embora sua jornada de recuperação ainda esteja apenas começando.

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