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Por mais de três décadas, o diretor Tim Burton colaborou com a figurinista Colleen Atwood para desenvolver a sensibilidade sombria e excêntrica por trás de alguns de seus maiores sucessos, incluindo Edward Mãos de Tesoura, Sleepy Hollow, A Alice no País das Maravilhas e a atual série da Netflix Wednesday. Na mais recente adição ao seu portfólio, Beetlejuice Beetlejuice, Atwood tomou as rédeas do projeto, seguindo os designs de Aggie Guerard Rodgers para o filme original de Beetlejuice, lançado há 36 anos.

A nova produção se destacou pelo trabalho monumental, que envolveu a confecção artesanal de quase mil trajes, conforme estimativas de Atwood. Este esforço foi impulsionado não apenas pela visão artística de Burton, mas também pela pesquisa meticulosa que levou em consideração as nuances da etiqueta gótica que encantaram o público há mais de três décadas.

Entre os novos trajes, destaca-se o icônico terno listrado em preto e branco do personagem Beetlejuice, com tecido de seda luxuosa fornecido pela tradicional empresa italiana Taroni. Atwood revelou que havia guardado o tecido por muito tempo, imaginando usá-lo para cobrir um sofá, mas acabou se decidindo por transformá-lo na vestimenta característica do personagem, que inclui várias versões para diferentes exigências de filmagem, como dublês e sessões fotográficas.

O processo criativo é uma dança entre Burton e Atwood centrada em um mundo material — literalmente. “Eu sempre busco sua reação a diferentes tecidos, porque ele é um dos poucos diretores que realmente gosta de ver e manusear materiais”, afirma Atwood, que utilizou a mais refinada renda francesa com tule de seda pregueada para o vestido vermelho estilo vitoriano usado por Winona Ryder, que retorna ao seu papel como Lydia Deetz. “Tem sido um fio condutor na nossa relação de trabalho por muito tempo. Não usei tecidos que se assemelhassem aos originais; busquei materiais que eu pudesse adicionar facilmente cor e textura.”

Winona Ryder’s Lydia Deetz

O visual de Lydia Deetz traz uma estética que combina “gótico de colegial e urbano vitoriano”, diz a figurinista Colleen Atwood.
Parisa Taghizadeh/Warner Bros.

Cada traje teve que contar uma história visual e simbolizar a causa da morte de cada personagem, um projeto que Atwood, com sua equipe, levou a sério. “Trabalhamos constantemente com [o supervisor criativo de efeitos de criatura] Neal Scanlan. Foi quase um emprego em tempo integral acomodar todos os corpos dos efeitos especiais que mudaram a forma como as roupas foram moldadas e cortadas para se adequarem a esses tipos de corpo levemente distorcidos”, explica Atwood. “Estivemos constantemente ajustando e solucionando esses desafios.”

Além dos inúmeros desafios de design e ajuste das vestimentas, houve um elaborado processo de envelhecimento das peças. “Nós fizemos camadas de serigrafia, aplicações de tinta e outros materiais, e desgastamos algumas das peças para que elas fossem destruídas ao longo do tempo”, diz Atwood. O resultado é um vestuário que não só parece antigo, mas que também possui uma história em cada fibra.

As contribuições dos atores também tiveram impacto significativo nos figurinos. Por exemplo, Michael Keaton se apegou a um traje de matador autêntico que ele queria ter em cena. Por sua vez, Catherine O’Hara, que interpreta Delia, trouxe uma peça do filme original: um chapéu preto que queria usar em uma cena de funeral. “Foi perfeito, portanto, dissemos: ‘Claro, vamos fazer isso’.”

Na nova produção, a filha de Lydia, Astrid, interpretada pela atriz Jenna Ortega, também traz um estilo vibrante, descrito por Atwood como “grunge e dos anos 90”. Este visual reflete a ligação da personagem com seu falecido pai ativista, traduzindo-se em escolhas de materiais e cores que se destacam pela organicidade.

A colaboração entre a figurinista e a equipe envolve não apenas uma busca pela perfeição estética, mas também uma representação de histórias e experiências que ressoam com o público. Com todos esses elementos, a produção ‘Beetlejuice Beetlejuice’ promete não apenas entreter, mas também provocar discussões sobre moda, identidade e a evolução dos estilos góticos ao longo dos anos.

Esta história foi publicada originalmente em uma edição especial do The Hollywood Reporter em janeiro. Para receber a revista, clique aqui para se inscrever.

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