Em uma transferência que gerou enorme expectativa, o desempenho de Alexis Sanchez no Manchester United tornou-se um dos episódios mais decepcionantes da história recente do clube. Desde sua chegada ao time em uma troca bombástica com Henrikh Mkhitaryan em janeiro de 2018, Sanchez não conseguiu replicar a excelência demonstrada durante sua passagem pelo Arsenal. O cenário que aguardava o jogador estava longe de ser o sonhado: após um primeiro momento promissor, o atacante chileno nunca conseguiu se encaixar no complexo esquema tático do Manchester United. Vale lembrar que, no Arsenal, Sanchez se destacou na Premier League como um dos principais jogadores, conquistando a confiança e o carinho dos torcedores, mas ao chegar a Old Trafford, a seleção das pressões e expectativas alheias rapidamente o sobrecarregou.
No dia 25 de janeiro de 2019, durante a quarta rodada da FA Cup, Sanchez fez sua primeira volta ao Emirates Stadium, sendo recebido com vaias e hostilidade pelos torcedores que outrora o aclamavam. Entretanto, em um momento de brilho, ele conseguiu silenciar os críticos ao marcar um gol de rara beleza. Após uma jogada bem articulada com Romelu Lukaku, Sanchez demonstrou ficar à frente da defesa do Arsenal, recebeu a bola com maestria e, ao enfrentar Petr Cech, mostrou sua frieza ao finalizar em um ângulo apertado para colocar o United à frente no placar. Essa cena, com certeza, trouxe alguma alegria temporária aos seus fãs, mas, infelizmente, foi apenas um vislumbre do potencial que nunca se concretizaria.
Após aquele gol decisivo, o Manchester United venceu o jogo por 3-1, mas essa partida se tornaria um ponto fora da curva na trajetória do chileno no clube. Nos meses subsequentes, Alexis enfrentou uma série de desafios que afetaram seriamente sua performance. O técnico Ole Gunnar Solskjaer, que assumiu o comando do time no lugar de José Mourinho, tentou implementar um estilo de jogo que parecia não se adequar às características de Sanchez. Sua falta de aprofundamento em jogadas criativas e a incapacidade de se conectar com seus novos companheiros de equipe resultaram em um desempenho que foi considerado aquém do esperado. Dessa forma, o que parecia ser um mero obstáculo se transformou em um colapso completo.
Seis meses após a sua volta triunfante ao Emirates, Sanchez foi emprestado ao Inter de Milão, onde encontrou um novo ambiente e começou a se distanciar das sombras que pairavam sobre sua passagem por Manchester. No time italiano, ele reencontrou a motivação e o prazer pelo jogo, ressurgindo como um dos jogadores fundamentais na equipe. Entretanto, essa recuperação no futebol europeu contrastava fortemente com a tristeza de sua passagem pelo United, onde muitos torcedores expressaram abertamente que ele se tornou um dos maiores fracassos na história recente do clube. Esse rótulo pesado e a crescente frustração da torcida só confirmaram as dificuldades que o chileno enfrentou em campo e fora dele.
Investindo na análise da trajetória de Sanchez, é importante observar que o desempenho de qualquer jogador de futebol é muitas vezes influenciado por fatores que vão além da habilidade técnica. Aspectos como adaptação ao novo esquema tático, entrosamento com a equipe e a pressão da torcida podem impactar drasticamente a atuação dentro de campo. Enquanto arsenalistas lembram de seu tempo como um dos mais brilhantes jogadores do clube, os fãs do United lamentam a ausência do jogador explosivo que esperavam receber. A história de Alexis Sanchez é um lembrete de que, em um esporte muitas vezes governado por expectativas, a realidade nem sempre corresponde ao sonho, e os altos e baixos podem definir a trajetória de um atleta de forma imprevisível.
No próximo encontro entre Manchester United e Arsenal pela FA Cup, os torcedores poderão relembrar não apenas a rivalidade histórica entre os clubes, mas também a singular trajetória de um jogador que levou tanto a esperança quanto a desilusão a duas das mais icônicas nações do futebol inglês. Embora a carreira de Sanchez tenha tomado rumos inesperados no United, seu legado no Arsenal continua a brilhar.
