Washington — A administração da FEMA, sob a liderança de Deanne Criswell, fez declarações importantes no último domingo, ressaltando que os funcionários de Los Angeles estão “muito preparados” para enfrentar incêndios florestais que são recorrentes na região. No entanto, ela reconheceu que nunca antes os oficiais enfrentaram ventos de até 160 km/h que intensificaram as chamas e tornaram a situação extremamente desafiadora. O contexto atual dos incêndios na Califórnia reacende a discussão sobre a eficácia das estratégias de prevenção e resposta a desastres naturais.
Em entrevista ao programa Face the Nation, Criswell relatou que os ventos e as condições climáticas têm um papel crítico na dinâmica do combate ao fogo, influenciando não apenas a direção das chamas, mas também a capacidade das equipes de contenção nas horas e dias iniciais de um incêndio. Para contextualizar, as comunidades de Los Angeles enfrentaram incêndios que resultaram em pelo menos 16 mortes, aniquilaram mais de 12.000 estruturas e deixaram milhares de pessoas desabrigadas. Com isso, a pressão sobre as autoridades locais e federais aumenta, principalmente considerando que os ventos intensos estão previstos para retornar nesta semana.
Embora Criswell tenha enfatizado a seriedade da crise, ela não tinha informações concretas sobre as causas dos incêndios até o momento, enfatizando que investigações estão sendo realizadas. A administradora fez um apelo para que os cidadãos façam sua parte, ouvindo atentamente as orientações dos oficiais locais para evitar situações de risco. O cenário é uma lembrete agudo da vulnerabilidade das comunidades californianas diante de desastres naturais.
Abordando a questão da reconstrução, Criswell mencionou que a questão do seguro é uma preocupação real, destacando que muitos californianos já haviam perdido suas coberturas antes da ocorrência dos incêndios. Ela apontou que o seguro é o “recurso número um” que as famílias têm à disposição para ajudar na reintegração de suas vidas após a tragédia. A administradora afirmou que os programas da FEMA estão desenhados para “iniciar o processo de recuperação”, mas não podem substituir a falta de seguro, algo que pode limitar as opções de reconstrução das famílias.
Destacando os desafios da administração, Criswell recordou que o valor máximo das subsídios da FEMA é inferior a 44 mil dólares, uma quantia que, reconhecidamente, não é suficiente em muitos contextos, especialmente na Califórnia. Ela se comprometeu a colaborar com seus parceiros, incluindo a Administração de Pequenos Negócios, que pode oferecer empréstimos de baixo juros, além de instituições sem fins lucrativos e parcerias filantrópicas para auxiliar as famílias afetadas.
Criswell também enfatizou que a resiliência não se trata apenas de onde as pessoas vão reconstruir suas casas, mas de como esse processo será realizado. A administradora da FEMA expressou que a agência deseja incentivar as famílias a reconstruírem suas residências de maneira mais resistente ao fogo, ressaltando que essa abordagem é essencial enquanto se avança para a fase de reconstrução. “Queremos ser capazes de trabalhar com a equipe do governador para reconstruir de maneira a tornar as comunidades mais resilientes”, afirmou Criswell, salientando a importância de manter as seguradoras na região, apontando que a colaboração com a indústria de seguros pode ajudar a preservar esse recurso vital para tantas famílias.
Como parte do esforço para construir comunidades mais resilientes, Criswell sugeriu que as linhas de energia sejam enterradas, o que não apenas minimiza a possibilidade de provocar incêndios florestais mas também garante que a energia permaneça disponível durante eventos climáticos severos. Ela não foi capaz de fornecer um valor total estimado para os danos causados em Los Angeles, uma vez que os incêndios ainda estão em curso e os danos continuam a ser contabilizados. Contudo, ela enfatizou que existem outros programas que o Congresso pode explorar para cobrir parte dos danos, afirmando que há “uma ampla variedade de ferramentas e recursos” que os legisladores podem autorizar para realmente ajudar essas comunidades em sua recuperação.
Portanto, as palavras de Criswell ecoam como um chamado à ação, ressaltando a necessidade urgentíssima de sistemas mais robustos e previstos, não apenas para hoje, mas pensando no futuro diante das inevitáveis adversidades climáticas que podem surgir.