no último domingo, o luto tomou conta da família golan em tel mond, israel, após a trágica notícia do suicídio de shirel golan, uma jovem de apenas 22 anos que havia sobrevivido ao ataque terrorista de 7 de outubro, orquestrado pelo grupo armando hamas. a dolorosa perda de shirel, que lutava contra a depressão e o transtorno de estresse pós-traumático (tept), levanta questões alarmantes sobre a eficácia do suporte psicológico oferecido a sobreviventes de traumas violentos, e a responsabilidade das autoridades em garantir que todos que precisam de assistência sejam abordados. neste texto, exploraremos a trajetória de shirel e as falhas que, segundo sua família, contribuíram para o seu trágico destino.
o impacto devastador do ataque terrorista
o ataque de 7 de outubro, coordenado por hamas e outros grupos armados, resultou em mais de 1.200 mortes e deixou milhares de feridos, sendo o festival de música nova, realizado na fronteira com gaza, um dos locais mais atingidos. a jovem shirel estava presente no evento quando a tragédia se desenrolou, e desde então sua vida se transformou. segundo seu irmão, eyal golan, as dificuldades de saúde mental começaram logo após aquele dia fatídico. shirel, que antes demonstrava disposição em ajudar a família, tornou-se reclusa, afastando-se de todos. “ela não saía de casa, não vinha nos visitar, estava cada vez mais distante”, lamenta eyal.
no funeral de shirel, que aconteceu em sua cidade natal de tel mond, uma multidão se reuniu para prestar suas últimas homenagens, enquanto a família expressava a dor intensa pela perda. eyal revelou que a família estava constantemente preocupada com a saúde mental de shirel e tentava monitorá-la, mas a jovem frequentemente se sentia incapaz de buscar o apoio que tanto precisava. em um trágico desenrolar dos eventos, durante uma celebração de aniversário no domingo, shirel desapareceu sem que ninguém percebesse. infelizes, seus familiares encontraram-na logo depois, mas era tarde demais.
A crítica ao sistema de saúde e a falta de apoio
em meio à dor insuportável, eyal não hesita em culpabilizar as autoridades israelenses pela falta de apoio que, segundo ele, deveria ter sido oferecido a shirel. “eles tinham a lista de todos os participantes do festival nova, sabiam quem morreu e quem sobreviveu. se alguém sobreviveu, vamos ajudar”, critica. ao invés disso, as autoridades apenas ofereceram ajuda àqueles que a procuraram ativamente, deixando de lado vítimas que, como shirel, não tiveram a iniciativa de buscar atendimento.
informações do ministério de bem-estar e serviços sociais de israel indicam que uma variedade de assistência está disponível para os sobreviventes, mas essa ajuda só chega a quem a solicita. isso levanta preocupações sérias sobre a eficácia de um sistema que não proativamente alcança aqueles que foram impactados por traumas graves.
as consequências persistentes do trauma
o massacre do festival nova foi o mais mortal de todos os ataques de 7 de outubro, resultando na morte de 347 pessoas, muitas delas jovens. desde o evento, muitos sobreviventes enfrentam diversos problemas de saúde mental, incluindo tept, culpa do sobrevivente, depressão e ansiedade. eyal acredita que a sociedade israelense, como um todo, está vivendo um estado de tept, afirmando: “desde 7 de outubro, somos um país em tept; cada um de nós”.
después de numerosos esforços para encorajar shirel a buscar ajuda, eyal finalmente conseguiu um contato com uma pessoa que havia resgatado sua irmã durante o ataque. isso serviu como um ponto de virada para shirel, que começou a se abrir sobre suas experiências traumatizantes. porém, isso aconteceu tarde demais, e a falta de apoio contínuo parece ter sido um fator crucial na sua luta contra o sofrimento emocional.
mudanças necessárias e o legado de shirel
o governo de israel estabeleceu um programa de assistência em saúde mental logo após os ataques, oferecendo terapia gratuita para qualquer pessoa que precisasse, com um limite de 36 consultas para sobreviventes e 12 para os demais. no entanto, esse programa depende do pedido dos envolvidos, e muitos, como shirel, ficaram sem ajuda. sobreviventes têm criticado o sistema como excessivamente burocrático e ineficaz.
eyal golan agora se comprometeu a compartilhar a história de sua irmã, na esperança de que isso encoraje outros a buscarem ajuda e a reconheçam que não estão sozinhos em sua dor. “espero que ao contar a história dela, a cada pessoa que sofre de tept saiba que não está sozinha”, declarou, enfatizando a importância de promover um diálogo sobre saúde mental e a necessidade de um sistema mais ágil e acolhedor.
o suicídio de shirel golan é uma tragédia que ecoa não só na sua família, mas em toda a sociedade, revelando as falhas de um sistema que poderia ter sido a linha de defesa entre a vida e a morte. enquanto o luto permeia a vida de seus entes queridos, é essencial que o legado de shirel sirva como um chamado à ação para a melhoria do suporte a sobreviventes de traumas e uma reflexão sobre as responsabilidades do estado em proteger e cuidar de seus cidadãos mais vulneráveis.