Na tarde de segunda-feira, uma manifestação na Universidade de Minnesota culminou em um cenário caótico, resultando na prisão de 11 pessoas, após um grupo de manifestantes invadir o Morrill Hall, sede da administração universitária. Esse incidente ocorreu logo após a universidade emitir um alerta de emergência, o que gerou uma onda de preocupação entre os funcionários e alunos presentes na instituição. A edificação, localizada no Northup Mall, abrigava dezenas de pessoas que, de acordo com relatos, foram instruídas a deixar o local com urgência.
A manifestação foi organizada pelo grupo UMN Students for a Democratic Society, que clama pela retirada de investimentos da universidade em empresas que mantêm laços com Israel. Essa demanda ganhou força após uma decisão do Conselho de Regentes da universidade, que, em agosto, havia se negado a atender ao pedido, mesmo após semanas de protestos pró-Palestina intensos no campus. Na tarde do protesto, os participantes do movimento, munidos de tendas e materiais de camping, expressaram sua intenção de permanecer no local até que suas exigências fossem atendidas, criando um clima de tensão.
Imagens capturadas durante o evento mostraram manifestantes empilhando cadeiras em frente a uma das portas do Morrill Hall, criando o que parecia ser uma barreira. Em declarações feitas antes das prisões, um organizador do grupo, Merlin Van Alstein, deixou claro que o grupo não tinha intenções de sair e que a permanência no local era uma forma de pressão para que os responsáveis pela administração da universidade ouvissem suas demandas. Para marcar a ocasião, o grupo adotou o nome “Halimy Hall”, em homenagem a Medo Halimy, um jovem criador de conteúdo palestino que faleceu em um ataque aéreo israelense em agosto.
Conforme a situação deteriorava, os arquivos de segurança interna do edifício foram danificados. Os manifestantes procederam a atos de vandalismo, incluindo o uso de spray para cobrir as lentes das câmeras de segurança, e quebraram janelas internas do prédio. A magnitude total dos danos ainda é desconhecida, mas ficou claro que alguns funcionários, assim como outros presentes no prédio, enfrentaram dificuldade para deixar o local, com alguns permanecendo retidos por um período significativo.
Em resposta à situação, as autoridades da Universidade de Minnesota tomaram a decisão de envolver a polícia, garantindo assim a segurança dos indivíduos ainda presentes dentro do Morrill Hall. Às 17h40, a força policial, acompanhada por agentes do Hennepin County Sheriff’s Office, entrou no edifício e deteve 11 pessoas. Até o momento, não há informações disponíveis sobre as identidades dos detidos nem sobre a extensão dos prejuízos causados durante a visita dos manifestantes.
A situação teve repercussões na comunidade acadêmica e entre organizações locais. Emily Boskof, diretora executiva da Minnesota Hillel, expressou preocupações referentes à segurança dos alunos judeus, enfatizando que é uma prioridade fundamental da organização. “Agradecemos à administração e à polícia pela responsabilidade em relação a quaisquer violações do código de conduta”, afirmou, ressaltando a constante comunicação entre Hillel e os administradores da universidade para garantir um ambiente seguro para todos os alunos, especialmente em momentos de tensão como este. Enquanto a mídia se concentra em incidentes que geram polêmica, Boskof lembrou que muitas atividades, como as celebrações do Sukkot, estão sempre em andamento e que as portas de Hillel estão abertas para todos os estudantes judeus.
O ocorrido na Universidade de Minnesota destaca um momento decisivo na luta estudantil por direitos e ideais, revelando a necessidade de diálogo e mediação para que as demandas e preocupações de todos sejam ouvidas de forma eficaz. À medida que a investigação prossegue, a universidade se vê frente ao desafio de restaurar a paz e a ordem em seu campus, ao mesmo tempo em que busca atender às solicitações legítimas de sua comunidade estudantil, mostrando que é possível coexistir, mesmo em tempos de desavença e discordância.