A história da senhora Ashley DeSkeere, uma residente do Texas, destaca os perigos associados ao uso impróprio de absorventes internos, trazendo à tona uma condição de saúde rara e potencialmente fatal conhecida como síndrome do choque tóxico (SCT). Em um evento que rapidamente se transformou em um pesadelo, a mulher passou por uma experiência angustiante após participar do casamento de uma amiga. O que deveria ser um dia de celebração culminou em uma hospitalização que a deixou entre a vida e a morte. A sua valiosa experiência agora serve como um alerta para outras mulheres sobre os riscos de manter um absorvente interno por um período prolongado.
A história começou em setembro, quando Ashley DeSkeere acordou se sentindo extremamente mal, com “calafrios intensos” e episódios de vômito a cada meia hora. No início, a mulher de 43 anos acreditava que tinha pegado um vírus estomacal durante a festa de casamento que havia ocorrido dois dias antes, conforme noticiado pelo DailyMail. Contudo, sua condição se agravou rapidamente. Em questão de dias, a pressão arterial de DeSkeere despencou e ela começou a enfrentar dificuldades respiratórias, o que a levou a buscar atendimento hospitalar de emergência.
Chegando ao hospital, os médicos diagnosticaram que Ashley havia desenvolvido síndrome do choque tóxico em consequência do uso inadequado do absorvente interno. Essa condição, embora rara, pode ser devastadora, afetando 1 a cada 100 mil pessoas, segundo os dados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). A SCT é vinculada ao uso de tampões durante o ciclo menstrual e tem o potencial de causar danos a órgãos, choque circulatório e até morte em até 70% dos casos. Os doutores mencionaram que a mulher teve sorte em chegar a tempo, já que muitos pacientes não sobrevivem após dois dias de sintomas desse tipo de condição.
“Eu estava com muito medo. Eu disse ao meu marido que achava que estava morrendo. Nunca me senti tão mal em toda a minha vida,” declarou DeSkeere ao DailyMail. Ela revelou que ficou oito horas sem trocar seu absorvente enquanto estava na cerimônia. A prática não condizia com seu comportamento habitual, já que ela costumava trocar o absorvente a cada quatro horas. “Para algo assim acontecer comigo, achei que oito horas não era um período tão longo,” refletiu.
Após cinco dias na UTI, onde recebeu tratamentos que incluíam antibióticos e fluidos intravenosos para estabilizar sua pressão arterial, Ashley DeSkeere recuperou-se. Para apoiar sua jornada de recuperação após essa “experiência extremamente assustadora”, amigos e familiares criaram uma campanha no GoFundMe. O post expressava esperança de que ela se recuperasse completamente e voltasse a ser a mãe que sempre foi.
Ashley, que fez um compromisso firme de não usar mais absorventes internos, tem uma mensagem clara para outras mulheres que optam por esse método: “Aconselho que troquem os absorventes com frequência. O ideal seria trocá-los toda vez que você for ao banheiro e evitar usar absorventes de alta absorção, a menos que realmente necessário,” recomendou. Ela ainda expressou gratidão por estar de pé novamente e destacou que o processo de recuperação foi mais difícil do que ela esperava, mas a cada dia está se sentindo melhor.
Para prevenir a SCT, especialistas recomendam que as mulheres troquem os absorventes a cada duas ou três horas e evitem dormir com eles durante a noite. Além disso, o uso de absorventes de baixa absorção é sugerido para evitar a secura, promovendo o revezamento com absorventes externos. Por outro lado, a doutora Mary Jane Minkin, obstetra e ginecologista da Universidade de Yale, ressaltou que a preocupação excessiva não é necessária. “Os absorventes internos em si não são contaminados com bactérias. As bactérias nocivas, como o estafilococo, são, infelizmente, carregadas pelo nosso próprio corpo, não pelos absorventes,” declarou. “Portanto, é crucial que todas as mulheres prestem atenção à sua saúde, mas evitem entrar em pânico.”