A indústria de jogos eletrônicos tem vivenciado um período de saturação no gênero de jogos ao vivo, especialmente com o crescimento exponencial de títulos no formato “live-service”. Nesse cenário, a 2K Games decidiu lançar um desafio ao mercado ao apresentar o seu mais recente projeto, denominado Project Ethos, um jogo que promete misturar elementos de hero shooters com mecânicas de roguelike. No entanto, a resposta dos jogadores em relação a essa nova proposta tem sido morna, levantando questões sobre a identidade e o futuro desse título ambicioso.
Aspectos Gerais do Jogo
Desenvolvido pela 31st Union, Project Ethos é descrito como um “hero shooter de terceira pessoa com elementos roguelike”. Embora o conceito possa soar intrigante, muitos jogadores se sentem confusos sobre o que realmente o jogo representa. Durante um evento de prévia, os desenvolvedores admitiram que a melhor maneira de entender Project Ethos é jogá-lo. Assim, vamos explorar o que o jogo tem a oferecer.
Na estrutura do jogo, temos o modo “Trials”, onde equipes de até três jogadores selecionam heróis de um elenco composto por seis personagens antes de se lançar em uma partida que dura 20 minutos. Durante o jogo, um dos pontos destacados é que os jogadores podem entrar em partidas que já estão em andamento, o que pode resultar em dificuldades, como ser eliminado rapidamente por equipes com melhor loot. As armas são exclusivas para cada personagem, enquanto o foco dos jogadores é coletar itens de saúde, munições e gadgets que oferecem habilidades especiais. Ao longo das partidas, ocorrem eventos PvE que recompensam os participantes com recursos importantes, como os “Trials Cores”, que servem como moeda principal do jogo.
Mecânicas de Jogo Intrigantes e Desafios Preservados
À medida que os jogadores completam eventos ou enfrentam outras equipes, a coleta de Trials Cores torna-se essencial. Um aspecto interessante desse sistema é que os jogadores feridos podem ser revividos por seus companheiros de equipe, mas, se a ajuda não chegar a tempo, eles podem acabar eliminados permanentemente, a menos que um “Respawn Beacon” seja usado. Outro detalhe de destaque é a extração: os jogadores devem procurar um ponto de extração claramente marcado no mapa, e o tempo é crucial, pois a demora pode atrair outras equipes em busca do loot que você coletou.
Ao conseguir extrair com sucesso, os jogadores têm a oportunidade de visitar NPCs fornecedores na área de lobby para trocar os Trials Cores por “Augments”, que são melhorias poderosas e permanentes que permitem uma personalização maior dos heróis, tornando a experiência mais interessante e adaptável ao estilo de jogo de cada um. Essa funcionalidade é uma adição bem-vinda à jogabilidade, proporcionando uma camada extra de estratégias.
Modos de Jogo e Personagens com Estilo Variável
Outro modo apresentado é o “Gauntlet Mode”, que proporciona uma experiência competitiva, forçando os jogadores a competirem de forma direta e em sequência, sem a possibilidade de ser reanimado entre as rodadas. Os vencedores dessa competição ganham medalhas, e assim, os jogadores buscam a vitória após três rodadas bem-sucedidas. Curiosamente, as informações sobre esse modo ainda são limitadas, evidenciando que a equipe de desenvolvimento ainda está refinando aspectos do jogo.
Os seis heróis disponíveis possuem uma diversidade de habilidades e armas, mas o feedback inicial dá a entender que o design deles pode parecer derivativo, imitando elementos de personagens de outros títulos consolidados. Embora alguns heróis apresentem características bastante funcionais, a inclusão de habilidades que se assemelham a outros jogos, como Apex Legends e Overwatch, pode gerar críticas em torno da falta de originalidade. Por exemplo, Breeze, um dos personagens, foi notavelmente comparada com Bangalore, do Apex Legends, em termos de aparência e habilidades, o que ilustra uma carência de inovação na criação dos heróis.
Um Caminho a Percorrer com Perspectivas para o Futuro
Apesar de suas falhas, Project Ethos não deve ser visto como uma obra inferior. O jogo apresenta uma jogabilidade envolvente, com um bom sistema de movimentação que permite aos jogadores explorar o mapa de maneira dinâmica. As armas têm um feedback satisfatório, e sua estrutura promove um equilíbrio nas interações de combate. Entretanto, a abordagem de marketing que inclui o termo “roguelike” pode ser questionada, dado que o termo evoca títulos renomados que divergem significativamente das mecânicas apresentadas em Project Ethos.
Um dos aspectos mais notáveis é o compromisso da equipe de desenvolvimento em ouvir o feedback dos jogadores, demonstrando uma disposição para ajustar e melhorar o jogo. Embora não exista uma data de lançamento clara, a disposição para realizar testes e coletar opiniões é um bom sinal de que a 2K Games não fará isso de maneira apressada, um movimento que poderia definir o sucesso ou o fracasso deste projeto. Contudo, a competição é acirrada, e convencer os jogadores a deixar seus títulos favoritos em favor de uma nova proposta é um desafio que não deve ser subestimado.
Em última análise, Project Ethos parece ter potencial e uma equipe dedicada, mas sua identidade ainda carece de definição. Um maior investimento em testes e reapresentação de personagens poderia ajudar a moldar o jogo em algo verdadeiramente único e memorável. Se a 2K Games conseguir alinhar os desejos e necessidades de sua base de jogadores, talvez este projeto possa sair da sombra de grandes títulos e estabelecer sua própria marca no competitivo espaço dos jogos ao vivo.