análise detalhada revela falhas graves na preparação e treinamento dos oficiais
Recentemente, uma investigação conduzida pela Marinha dos Estados Unidos destacou que os afogamentos de dois membros da elite Navy SEALs durante uma interceptação marítima ao largo da costa da Somália foram evitáveis. Este trágico incidente, que ocorreu quando os oficiais estavam envolvidos em uma operação destinada a prevenir o contrabando de armas, levantou sérias questões sobre a adequação do treinamento e as diretrizes operacionais que deveriam ter sido seguidas. O relatório da investigação revelou que as causas foram associadas à falta de formação adequada e orientações imprecisas sobre flutuabilidade eficaz.
Durante a noite, os Chief Special Warfare Operator Christopher Chambers e o Naval Special Warfare Operator 1st Class Nathan Ingram estavam executando uma missão em um barco interceptando um navio que supostamente transportava armas iranianas para o Iémen. Enquanto tentavam embarcar no navio, ambos caíram em águas agitadas, sendo que Chambers, que era o líder do grupo, caiu do lado do navio. Para tentar ajudar o colega, Ingram imediatamente saltou na água. Tragicamente, apesar de serem membros altamente treinados de uma das forças especiais mais respeitadas dos Estados Unidos, ambos sucumbiram às condições adversas das águas em menos de um minuto.
As condições em que os SEALs se encontravam eram extremamente desafiadoras com ondas de até 2 metros de altura, o que dificultou a execução bem-sucedida da operação. A investigação constatou que, após eles caírem na água, Chambers e Ingram foram vistos na superfície apenas por curtos períodos, somando um total de 26 e 32 segundos, respectivamente. O relatório enfatizou que o peso do equipamento que cada SEAL carregava, juntamente com a falta de dispositivos flutuantes adicionais, foi um fator crítico que contribuiu para suas mortes. Após uma revisão detalhada, foi afirmado que “o evento trágico durou apenas quarenta e sete segundos, e dois oficiais do Naval Special Warfare foram perdidos para o mar”.
Em resposta ao incidente, o General Michael “Erik” Kurilla, comandante do Comando Central dos EUA, destacou que a incidência, marcada por questões sistêmicas, poderia ter sido evitada. As investigações também indicaram que, embora a equipe tivesse realizado com sucesso a bordo de outras embarcações em condições semelhantes durante o dia, as decisões tomadas em relação ao momento da operação, forçadas pela previsão climática, mostraram-se apressadas e potencialmente prejudiciais.
Antes da missão fatídica, a equipe SEAL Three estava a bordo do USS Lewis B. Puller e realizou duas interceptações de navios de forma bem-sucedida, o que levou a um aumento na confiança quanto à proteção da rota marítima. Entretanto, a pressão para realizar a operação em um clima adverso e uma clara falta de comando levaram a uma abordagem apressada e insegura. Mesmo diante de preocupações levantadas por membros da equipe sobre a pressa da operação, as respostas coletivas indicaram um apoio à execução do plano, o que acabou gerando uma concatenação de falhas críticas.
Adicionalmente, a investigação apontou que o Manual de Prontidão das Forças de Guerra Naval enfatiza a importância da flutuabilidade, mas carece de orientações específicas sobre a condução de testes de flutuabilidade adequados. Os dois SEALs realizaram testes de flutuabilidade antes de serem enviados para a missão em águas mais calmas, mas não realizaram os testes após a implementação da operação. Essa falha destacou um vácuo no treinamento e nas diretrizes que poderiam ter facilitado uma atuação mais eficaz no cenário adverso.
Outro ponto relevante que emergiu das investigações foi a insuficiência de treinamento com o Sistema de Suporte Flutuante Tático, um dispositivo que poderia ter proporcionado uma solução de flutuação de emergência. Não está claro se ambos os SEALs tentaram ativá-lo em momento algum durante o incidente. A falta de clareza nas diretrizes sobre as exigências de flutuabilidade também contribuiu para a confusão e para a execução ineficaz da missão em um cenário crítico.
Concluindo, a investigação recomendou uma série de medidas para abordar esses problemas sistêmicos que levaram aos trágicos afogamentos, incluindo a formalização dos requisitos de flutuabilidade para missões, a avaliação de um dispositivo de flutuação de segurança e uma revisão dos equipamentos de salvamento a bordo das embarcações da Marinha. À medida que a Marinha dos EUA se dirige para reformular seus protocolos operacionais, a tragicidade deste evento serve como um testemunho dos desafios enfrentados em operações marítimas complexas e da extrema necessidade de aprimorar o treinamento e a preparação dos soldados envolvidos nessas situações para evitar que tais incidentes devastadores ocorram novamente.