Aproximando-se do décimo aniversário de ‘John Wick’, Chad Stahelski, co-diretor do icônico filme e a força criativa por trás da franquia, reflete sobre a jornada desde a sua criação até os desdobramentos atuais e futuros que a série promete. O filme, que se tornou um fenômeno cultural, não apenas revitalizou o gênero de ação, mas também solidificou Keanu Reeves como um dos principais astros do cinema contemporâneo. A união inusitada entre Stahelski e Reeves, que remonta aos dias de ‘The Matrix’, configura uma relação única onde amizade e profissionalismo se entrelaçam de maneira esplêndida.
Com o lançamento de ‘John Wick: Chapter 4’, Stahelski teve a oportunidade de desenhar seu personagem por um arco dramático esplêndido, que forneceu ao público um final em clima de conclusão. Entretanto, a história não se termina por aí. Novas produções, como ‘Ballerina’, um spinoff estrelado por Ana de Armas e programado para junho de 2025, e uma série animada, a ser lançada posteriormente, prometem expandir e enriquecer o já vasto universo de John Wick. Stahelski, que agora supervisiona toda a franquia sob o banner da Lionsgate, mostra-se entusiasmado com as novas avenidas criativas que se abrem à frente.
O gênese da série remonta a uma ligação inesperada feita por Keanu Reeves em 2013, onde ele apresentou a Stahelski um roteiro que tinha redigido. O que estava inicialmente destinado a ser um papel de co-direção e uma série de cenas de ação se transformou em um fenômeno de bilheteira mundial, superando os US$ 90 milhões na arrecadação global, mesmo com um orçamento modesto. O salto audacioso para direção foi impulsionado por uma abordagem inovadora ao roteirista Derek Kolstad, que o convidou a explorar novos horizontes na narrativa, e assim a ideia de ‘John Wick’ tomou forma.
Ao longo da sua trajetória, o desenvolvimento da franquia foi pontuado por histórias que refletem as experiências de Stahelski, não apenas como diretor, mas também como amigo e colaborador dos atores envolvidos. O aprofundamento das camadas do personagem de Wick foi um verdadeiro desafio criativo. Originalmente escrito como um assassino aposentado nos seus 60 anos, o enredo foi reformulado para se adequar à idade de Reeves, permitindo que a ação se tornasse o foco principal do filme, e que a mitologia ao redor do mundo criminal de Wick fosse intensificada.
O processo de edição do primeiro filme trouxe sua cota de dificuldades, com sessões iniciais sendo recebidas por reações mornais. “Os primeiros cortes foram difíceis”, compartilha Stahelski, que lembra da inicialmente negativa recepção que teve. Contudo, com a assistência de James Mangold, que ofereceu conselhos construtivos durante as edições, a equipe finalmente encontraria um tom autêntico que capturaria a atenção do público. A confiança em sua visão singular se solidificou quando a Lionsgate viu o potencial do longa e resolveu lançá-lo com uma divulgação significativa.
À medida que se aproxima do que pode ser um desfecho definitivo para o personagem de John Wick, Stahelski observa que, embora o quarto filme possa ter cerrado com um arco narrativo satisfatório, ainda há espaço para mais histórias dentro deste universo. As conversas sobre a continuação da franquia, incluindo o potencial ‘John Wick: Chapter 5’, estão diariamente sobre a mesa da equipe de criação. Embora Stahelski reconheça que replicar a intensidade e a profundidade emocional de ‘Chapter 4’ seja um desafio, ele sugere que existem diversas possibilidades a serem exploradas que não repetiriam a jornada de Wick, mas que ainda estariam dentro do mesmo espírito criativo que ele e sua equipe cultivaram ao longo dos últimos anos.
O que podemos esperar dos futuros projetos dentro da franquia? Além de ‘Ballerina’, a série animada explorará os antecedentes de John’s “tarefa impossível” que o permitiu se retirar do mundo do crime, enquanto o projeto ‘Under the High Table’, focado em personagens secundários da saga, promete adicionar novas camadas a um universo já ricamente construído. Essas produções estão sendo montadas com a visão de Stahelski como um guia central, garantindo que a essência do que fez ‘John Wick’ ser um sucesso seja mantida.
Apesar do sucesso estrondoso e do surgimento de vários projetos que flertam com o mesmo universo, Stahelski enfatiza a importância de manter a singularidade e a segurança criativa. A ideia de criar ‘outros Wick’ é um atrativo, mas a essência do que fez o original brilhar deve ser protegida. As conversas e as colaborações constantes entre os membros da equipe, como Keanu Reeves e o produtor Basil Iwanyk, confirmam que, independentemente da direção que escolha, a familiaridade e o compromisso com a qualidade são os pilares desta saga.
Ao refletir sobre a jornada que começou há uma década, Stahelski expressa um misto de orgulho e surpresa. “Não esperávamos que tudo isso se tornasse o que é hoje”, admite com uma risada. O que se iniciou como um simples filme de ação encontrou seu lugar no coração dos fãs, expandindo suas fronteiras e estabelecendo uma nova norma dentro do gênero. A expectativa se acumula agora, à medida que o mundo espera ansiosamente pelos novos capítulos de John Wick e o que mais Stahelski e sua equipe têm a oferecer.
Assim, enquanto as projeções futuras são incertas, os temas de lealdade, vingança e auto-descobrimento continuam a ressoar profundamente com o público, assegurando que, mesmo após uma década, o legado de John Wick ainda está longe de acabou.