A recente movimentação do Bitcoin, a principal criptomoeda do mercado, traz à tona dados impressionantes que revelam tanto a complexidade da mineração quanto as perspectivas para o futuro próximo. A dificuldade de mineração do Bitcoin alcançou a impressionante marca de 95,67 terahashes (T), apresentando um aumento de 3,9%, conforme revelam os dados da Glassnode. Este não é um marco qualquer, pois coincide com a primeira vez em que o hashrate ultrapassou a barreira de 700 exahashes por segundo (EH/s). Esses dados refletem um notável crescimento nas operações de mineração, especialmente considerando que este é o 13º ajuste positivo em 2024, somando um total de 22 ajustes no ano.
Com uma dificuldade de mineração em constante alta, é válido examinar o que isso significa para os mineradores e o mercado como um todo. A mineração de Bitcoin é um processo que exige grande poder computacional, e cada aumento na dificuldade representa um desafio adicional para os mineradores, que precisam investir em equipamentos mais eficientes para se manterem lucrativos. O ambiente de mineração, portanto, se torna cada vez mais competitivo, e as pequenas operações enfrentam dificuldades crescentes. A cada 2.016 blocos, aproximadamente a cada duas semanas, a rede ajusta a dificuldade para garantir que novos blocos sejam minerados em uma média de 10 minutos, criando um cenário dinâmico e desafiador para os miners.
Observando os dados da Glassnode, fica claro que a pressão descendente sobre o Bitcoin desde o halving em abril tem sido, em parte, resultante da saída de mineradores menos lucrativos. Muitos mineradores pequenos não conseguiram adaptar suas operações às crescentes exigências operacionais e, como resultado, começaram a desligar seus equipamentos ou a vender suas reservas de Bitcoin para custear os gastos. De novembro de 2023 a julho de 2024, mais de 30.000 Bitcoin foram retirados das carteiras dos mineradores, um dos períodos mais longos de distribuição em registro. Contudo, desde julho, as salas de mineração mostraram sinais de estabilização e até mesmo acumulação, sugerindo que aqueles que ainda permanecem no mercado são capazes de lidar com as novas exigências e estão com capacidade para se beneficiar da próxima fase do ciclo de mercado.
Esse fenômeno não ocorre isoladamente. A atividade de mineração está intimamente ligada ao preço do Bitcoin, e a relação entre esses dois fatores é frequentemente observada em ciclos históricos. No que diz respeito à receita de mineração, a última medição mostrou que a média móvel de sete dias do total de receita em dólares para a mineração de Bitcoin ultrapassou os 35 milhões de dólares, representando um aumento de mais de 10 milhões de dólares desde o mínimo registrado em setembro. Além disso, o total de receita dos mineradores permanece abaixo da média simples de 365 dias, atualmente estimada em 40 milhões de dólares. Historicamente, quando a receita dos mineradores ultrapassa essa média, são observados ciclos de alta significativos no preço do Bitcoin.
À medida que a chamada “Uptober” — um termo frequentemente utilizado na comunidade de criptomoedas para descrever um mês tradicionalmente bom para o Bitcoin — se forma, aumentos na liquidez das stablecoins e nas transações do Bitcoin também contribuem para a formação de um ambiente propício a uma possível alta futura. Portanto, a expectativa de que um ciclo de alta possa estar prestes a se iniciar parece mais palpável do que nunca. Somado a isso, a proporção Ethereum/Bitcoin alcançou um mínimo desde abril de 2021, uma indicação de que diversos investidores estão considerando a intensidade competitiva e as oportunidades apresentadas pelo Bitcoin em comparação com outras criptomoedas.
Em conclusão, com a dificuldade de mineração do Bitcoin atingindo um pico em 95,67 terahashes e um hashrate recorde acompanhando esse cenário, o futuro da criptomoeda parece estar delineado por um ambiente em transição. A resiliência dos mineradores que permanecem ativos e a perspectiva de que a receita de mineração se aproxime e até ultrapasse a média de 365 dias pode sinalizar a iminência de um novo ciclo de alta. Com este contexto, observadores do mercado e investidores devem se preparar, pois a corrida pelo Bitcoin pode estar apenas começando, prometendo novas aventuras e, quem sabe, muitos sorrisos na bolsa.