A campanha do ex-presidente Donald Trump está em um embate contra alegações de insatisfação em relação ao custo do funeral da soldado Vanessa Guillén, após um artigo surpreendente da revista The Atlantic. A narrativa exposta pela publicação sugere que Trump teria demonstrado raiva ao tomar conhecimento do valor do funeral da jovem soldado, prometendo anteriormente ajudar financeiramente a família. Essa questão não apenas ressoa com a experiência trágica da família de Guillén, mas também toca em temas mais amplos relacionados ao relacionamento de Trump com as forças armadas e seus veteranos.

o caso de vanessa guillén e as promessas de trump

Vanessa Guillén, uma soldada de apenas 20 anos, foi brutalmente assassinada por um colega em abril de 2020, em uma base militar no Texas. O caso chocou a nação e atraiu uma intensa cobertura midiática, levando o então presidente Trump a convidar a família de Guillén e representantes da mídia para a Casa Branca a fim de expressar suas condolências. Durante esse encontro, Trump elogiou a jovem como uma “pessoa espetacular, respeitada e amada por todos”. Na mesma ocasião, o ex-presidente prometeu ajudar com os custos do funeral, afirmando: “Se eu puder ajudá-la com o funeral, eu ajudarei. Financeiramente, eu ajudarei”. Isso gerou uma expectativa de apoio que se tornaria central nas alegações subsequentes.

Após o funeral de Guillén, que foi realizado em Houston, rumores começaram a circular sobre o custo do evento. Em dezembro de 2020, durante uma reunião na Sala Oval, Trump teria questionado se o governo tinha sido cobrado pelo funeral, ao receber a informação de que o valor total foi de cerca de $60.000. As alegações apontam que Trump teria respondido com indignação, dizendo: “Não custa $60.000 para enterrar uma f***ing mexicana!”, uma anedota que levantou ondas de críticas e questionamentos sobre o respeito do ex-presidente pela vida e pela dignidade dos membros das forças armadas latinos. Testemunhas relataram que Trump, em seguida, pediu ao seu chefe de gabinete para não pagar a conta, alegando que estavam tentando “enganá-lo”. Essa narrativa, se verdadeira, poderia pintar uma imagem negativa para Trump à medida que o dia da eleição se aproxima.

resposta da campanha e reações da família de guilén

Frente a essas alegações, a campanha de Trump respondeu afirmando que a história era uma “mentira ultrajante”, sugerindo que a The Atlantic estava tentando prejudicar suas perspectivas eleitorais à medida que a eleição se avizinhava. Testemunhos foram apresentados em defesa de Trump, como o de Kash Patel, que estava presente durante a reunião mencionada, afirmando categoricamente que Trump “não disse isso”. Ele colocou em destaque que Donald Trump garantiu que a vítima recebesse honras militares completas. Mark Meadows, outro aliado de Trump, também se manifestou, reforçando que qualquer insinuação de que Trump desmereceu Guillén ou se recusou a ajudar com o funeral era “absolutamente falsa”. Por outro lado, Mayra Guillén, irmã da falecida soldado, se declarou grata pelo apoio que a família recebeu de Trump em um momento tão difícil. Essa complexidade em torno das alegações e das reações de aliados e da família é indicativa da tensão que permeia o discurso político atual.

As relações de Trump com as forças armadas e veteranos sempre foram carregadas de polêmica. No passado, surgiram relatos sobre comentários depreciativos direcionados a soldados caídos, como o caso em que Trump, segundo a reportagem de The Atlantic, teria chamado soldados mortos de “suckers” e “losers”. Embora Trump tenha negado essas alegações, a questão subjacente sobre seu comportamento e palavras tem levantado preocupações acerca de sua verdadeira relação com os militares. De fato, múltiplas controvérsias cercam sua postura em relação aos militares, incluindo sua suposta relutância em se associar a veteranos feridos porque “não parece bom para mim”. Essas narrativas, apoiadas por relatores e ex-assessores, pintam um quadro desagradável que inevitavelmente afeta a imagem de Trump enquanto se prepara para uma nova corrida presidencial.

Em conclusão, a crise em torno do custo do funeral da soldado Vanessa Guillén não é apenas uma questão isolada, mas um reflexo profundo das complexidades envolvidas na relação de Trump com o exército e sua capacidade de conquistar a confiança das comunidades mais amplas. Variados relatos e declarações continuam a surgir, complicando a narrativa, enquanto o ex-presidente se prepara para navegar por um ciclo eleitoral intenso. Assim, enquanto Trump e sua equipe buscam deslegitimar as alegações, a percepção pública sobre seu caráter e valor em relação aos heróis militares continuará a ser um ponto focal nesta corrida eleitoral.

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