A morte de uma famosa ursa parda, que por várias décadas trouxe alegria e admiração a visitantes e biólogos em Grand Teton National Park, abalou a comunidade e os amantes da vida selvagem. A ursa, identificada como Grizzly 399, foi tragicamente atropelada por um veículo em uma rodovia no Canyon do Rio Snake, ao sul de Jackson, em Wyoming. O incidente ocorreu na noite de terça-feira e foi confirmado por autoridades do parque em um comunicado emitido na quarta-feira.
A Grizzly 399, que tinha pelo menos 28 anos, era reconhecida como a fêmea reprodutora mais velha do ecossistema de Yellowstone. Todos os anos, na primavera, entusiastas da vida selvagem aguardavam ansiosamente sua saída da toca para descobrir quantos filhotes ela havia dado à luz durante o inverno. A ursa, cujo nome se origina do dispositivo de identificação anexado à sua orelha por pesquisadores, surpreendeu a todos com sua capacidade de continuar se reproduzindo mesmo em idade avançada. Ao contrário de muitos outros ursos pardos, Grizzly 399 era frequentemente avistada próxima às estradas de Grand Teton, atraindo multidões de visitantes e ocasionando congestionamentos. Cientistas acreditam que esse comportamento ajudou a manter os ursos machos a distância, evitando que representassem uma ameaça para seus filhotes, uma vez que muitos Machos são conhecidos por matar filhotes para estimular a fêmea a entrar em cio.
Na hora do incidente, um filhote de um ano estava com ela, mas não se acreditava que o cubo tivesse se ferido; ainda assim, o paradeiro do pequeno animal permanece desconhecido, conforme informado pelas autoridades. O motorista envolvido no acidente não sofreu nenhum ferimento. Até o momento, não foram divulgados mais detalhes sobre a colisão. A diretora do Departamento de Jogo e Peixe de Wyoming, Angi Bruce, expressou suas condolências em relação ao ocorrido, afirmando que “as colisões de animais silvestres com veículos são infelizes e estamos agradecidos que o motorista está bem; entendemos que a comunidade está triste ao saber que a Grizzly 399 faleceu”.
A notícia da morte da ursa se espalhou rapidamente em uma página do Facebook dedicada ao acompanhamento da vida selvagem nos parques Grand Teton e Yellowstone. Mais de 1.000 pessoas rapidamente postaram comentários referindo-se a ela como uma rainha, uma lenda e uma verdadeira embaixadora dos ursos pardos. Os comentários refletem a dor e o descontentamento da comunidade, que aclamou sua morte como uma trágica perda. Além disso, muitos expressaram preocupação com a segurança e o bem-estar de seu filhote.
Os ursos pardos da região de Yellowstone são considerados uma história de sucesso na conservação, apesar de ainda estarem protegidos pela Lei de Espécies Ameaçadas. Desde a década de 1970, suas populações aumentaram exponencialmente, estimando-se que o número de ursos pardos tenha crescido até dez vezes, alcançando cerca de 1.000 indivíduos. No entanto, esse crescimento populacional trouxe consequências, uma vez que o aumento das interações com seres humanos e com o gado resultou em uma série de conflitos, muitas vezes levando a trágicas fatalidades para os ursos. Caçadores às vezes confundem ursos pardos com ursos negros, que são legais para caça, ou matam ursos pardos em situações de defesa pessoal. Além disso, gerentes de vida selvagem frequentemente são obrigados a eliminar ursos pardos que predam gado e ovelhas, evidenciando assim os desafios persistentes enfrentados por esta espécie.
Com a perda da Grizzly 399, a comunidade não apenas lamenta a morte de um ícone da vida selvagem, mas também reflete sobre a luta contínua pela preservação e coexistência entre a vida selvagem e a civilização. A lembrança de Grizzly 399 será eternamente reverenciada, e sua história servirá como um importante lembrete da necessidade de proteção das espécies e de seus habitats, para que futuras gerações possam também admirar a beleza majestosa e a resiliência dos ursos pardos em Yellowstone e além.