Para que as botas estejam de volta na Lua e permaneçam lá, é imprescindível contar com pensadores audaciosos prontos para enfrentar os desafios do amanhã. É com esse objetivo que o Escritório de Engajamento STEM da NASA, localizado no Centro Espacial Johnson em Houston, está em uma missão para empoderar a próxima geração de exploradores nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM). Por meio do programa High School Aerospace Scholars (HAS), alunos do ensino médio do Texas têm a oportunidade de se envolver em experiências de aprendizado interativas que os transportam para o mundo da exploração espacial.
Como afirma Jakarda Varnado, Gerente de Atividades da NASA HAS, “o HAS é um programa extremamente importante porque apresentamos aos alunos a multitude de carreiras e experiências que contribuem para a exploração espacial. Nós vamos além de simplesmente perguntar aos alunos quem eles querem ser quando crescer e questionamos que problemas eles querem resolver.” Assim, o programa não apenas instiga a curiosidade, mas também prepara os jovens para os desafios que a exploração espacial traz consigo.
Exemplos Inspiradores de Antigos Alunos do HAS
Um exemplo perfeito do impacto do programa é Madeline King, que sempre teve a aspiração de trabalhar na NASA, o que influenciou sua decisão de cursar Engenharia. Antes de se juntar ao HAS, King tinha uma visão limitada, acreditando que cientistas trabalhavam principalmente em laboratórios e engenheiros se concentravam em design. Contudo, o HAS revelou uma realidade diferente — a colaboração entre cientistas e engenheiros em projetos interdisciplinares muitas vezes é comum, e os papéis podem se sobrepor.
A participação no programa ampliou a perspectiva de King sobre as numerosas oportunidades que um diploma em STEM pode proporcionar. Segundo ela, o HAS fortaleceu suas habilidades de resolução de problemas e a capacidade de pensar de forma criativa. O programa desafiou King a lidar de forma independente com tarefas técnicas complexas, enfatizando a aprendizagem autodirigida. “Aprender a digerir e internalizar essas informações é uma habilidade que continuo a usar ao me integrar em novos grupos ou assumir projetos fora do meu conjunto de habilidades atuais”, afirmou King, que se juntou ao programa durante a pandemia de COVID-19, a qual limitou as interações presenciais, mas não impediu que a experiência deixasse um impacto positivo.
O HAS também lhe abriu portas para estágios na divisão de Robótica e na divisão de Integração de Sistemas Aviónicos da Johnson, local onde ela atualmente estuda engenharia mecânica na Universidade de Houston. King se mostra empolgada em utilizar suas experiências em eletrônica, robótica, educação e gerenciamento de projetos. “Logo no início da minha jornada de estágio, o HAS destacou-se no meu currículo, mostrando que eu já tinha experiência com a cultura, valores e missão da NASA”, disse ela. Com uma visão voltada para o futuro, King visualiza uma carreira como controladora de voo, contribuindo tanto para o Programa da Estação Espacial Internacional quanto para a campanha Artemis.
Contribuições de Caroline Vergara para a Indústria Aeroespacial
Por outro lado, Caroline Vergara, sendo uma estudante de primeira geração, inicialmente carecia de recursos para explorar totalmente seus interesses em engenharia aeroespacial. Contudo, sua aceitação no programa HAS foi um divisor de águas. “O contato com a inovação do mundo real acendeu meu desejo de fazer parte de algo maior, algo que empurra os limites do conhecimento e da capacidade humana”, relatou Vergara. Ela teve a oportunidade de visitar as instalações da NASA, absorvendo a essência dos trabalhos dos engenheiros, o que ampliou sua visão sobre as possibilidades na área de STEM.
Hoje, Vergara atua como estagiária de engenharia de design de propulsão na United Launch Alliance, contribuindo para o foguete Vulcan. Para ela, uma carreira em STEM implica em curiosidade, colaboração e a capacidade de transformar o mundo. Ao trabalhar em equipe em um projeto de simulação de missão durante o programa, Vergara percebeu a importância de ter perspectivas diversas ao abordar desafios. “O setor aeroespacial está entrando em uma nova era espacial, e nós temos a oportunidade única de colocar humanos de volta à Lua e explorar além”, disse a estudante, que também sente a necessidade de retribuir ao compartilhar sua história e encorajar outros alunos a seguir a carreira em STEM.
A Experiência Transformadora de Iker Aguirre no Programa
Iker Aguirre, por sua vez, teve seu interesse pela engenharia aeroespacial despertado por uma conversa casual durante o primeiro ano do ensino médio. Um colega mais velho o alertou sobre o programa HAS, descrevendo-o como uma experiência única na vida que solidificou sua paixão pela área. “O HAS me mostrou que, para realizar algo tão complexo quanto a Artemis, é necessário um conjunto diversificado de pessoas e equipes”, explicou Aguirre.
Participando da versão remota do HAS em 2020, Aguirre sentiu que, mesmo à distância, obteve um entendimento mais profundo da indústria de viagens espaciais. Ele percebeu que a resolução dos desafios da exploração espacial exige mais do que apenas engenheiros aeroespaciais. O programa enfatizou a importância do trabalho em equipe e o impacto que diferentes antecedentes podem ter na forma como se aborda um problema. “Através do HAS, conheci uma comunidade e um propósito. Minha trajetória estará sempre entrelaçada com os valores fundamentais da NASA, que beneficiam a humanidade, tanto dentro quanto fora da Terra”, afirmou, demonstrando sua determinação em inspirar outros da mesma forma que foi estimulado ao longo de sua jornada.
Um Futuro Promissor Para a Geração Artemis
Esses jovens talentos ilustram o potencial enorme que o programa High School Aerospace Scholars tem para moldar o futuro da exploração espacial. Desde experiências educativas até estágios nas principais instituições da NASA, cada um deles encontrou um lar em seus sonhos e aspirações. Eles não são apenas alunos; são agentes de mudança que, por meio de sua paixão e dedicação, estão prontos para se tornar a geração que não só observa, mas também participa ativamente da exploração do cosmos. Como nos lembra Caroline Vergara: “Vá em frente! Você pode ser parte da geração que mudará o destino da humanidade.”